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sábado, 28 de janeiro de 2012

ROCINHA DE BRAÇOS ABERTOS - O Mundo Baleias recebe, celebra e agradece o convite da Rocinha para lá correr e mais uma vez é feliz com as experiências que a corrida de rua proporciona!!

Estimado Mundo Baleias.

No final de dezembro recebi do Ênio-BH um email perguntando se eu me animava a fazer uma prova de 10 kms fora de Belo Horizonte porque ela era especial. Achei incrível a ideia e fiz minha inscrição na hora sem nem saber ao certo se poderia ir. Acertei demais nisso porque as inscrições acabaram rápido.

A prova superou as minhas mais exageradas expectativas. Foi muito melhor do que eu esperava. Entrou para a história de minhas histórias de corrida. Eu achava que iríamos correr rodeando a Rocinha, mas não, entramos em todos os locais onde os moradores vivem e fomos muito bem recebidos.

Na verdade, nunca tive dúvidas de que iria lá porque não há motivação melhor nas Minas Gerais do que ir passear no Rio de Janeiro. Assim, segui na quinta-feira 19 de janeiro junto com meus filhos. Fui mais cedo para poder pedir o visto de entrada no Japão cujo consulado para MG é na Cidade Maravilhosa.

Como todos sabem, embora seja um relato sobre a Corrida da Rocinha, no Mundo Baleias nada é objetivo assim. O final de semana da prova teve mais emoções que não podem ser olvidadas. Por isso o relato começa com a chegada na própria quinta-feira.

Passando num supermercado do Flamengo para aquisição de víveres e suprimentos de subsistência para o fim de semana percebi claramente que seriam aqueles dias maravilhosos.
Encontrei à venda no Rio de Janeiro um queijo mineiro da minha terra Lima Duarte. Para quem não conhece Lima Duarte é onde se situa o Parque Estadual do Ibitipoca, o segundo parque estadual mais visitado do Brasil. E para melhor localização, Juiz de Fora faz parte da Região Metropolitana de Lima Duarte. A vida é feita de sinais e encontrar aquele ali era o prenúncio de dias espetaculares. E assim foi.

À noite a primeira de muitas emoções ao encontrar pela primeira vez em 2012 com a Vice-Presidenta Baleias que agora reside no Rio de Janeiro.
E logo em seguida a segunda emoção. A adesão de Robson Santana, o comandante do coração de Elis Carvalho, ao Manto Coral, ao JBS e ao Mundo Baleias. Foram meses de conversações e ajustes para que essa conquista ocorresse. Robson, para nosso orgulho, é Baleias!
A alegria da direção Baleias, Vice-Presidenta e CEO, com a nova adesão e Robson que parece ainda ter dúvidas sobre a decisão tomada e a dimensão do que significa tornar-se um corredor Baleias. O futuro dos fatos demonstrará o acerto de seu passo. O Rio de Janeiro vai bombar no seio Baleias e a Urca novamente será badalada como nos bailes de outrora.
Na sexta-feira pela manhã eu e Elis fomos fazer um treino no Aterro e encontrar Denise Amaral que estaria na organização da Corrida de São Sebastião. Para mim a honra de ter sido o primeiro Baleias a treinar com Elis em sua nova morada.
Com Denise Amaral no camarote Vip da organização. Denise sempre proporciona momentos emocionantes para nós.
Com D. Arlete, maratonista e mãe de Denise Amaral, sempre presente nas provas. Grande amiga que me trata de Sr. Baleias! Quando ela se dirige a mim assim me sinto no Rio de Janeiro de Machado de Assis.
A direção Baleias usufruindo da área vip na Corrida de São Sebastião. Na concentração da prova encontramos também com Lourenço Lana e Denise grandes amigos da Equipe Baleias.
No sábado, mais um treino de 10 kms pela Urca, pista Cláudio Coutinho, Aterro e Botafogo. Elis topa todos os convites para treino. A moça não se cansa. Já marcamos de subir o morro da Urca a pé com nossos filhos.
Depois do treino fomos buscar o kit no Complexo Esportivo da Rocinha. Robson devidamente paramentado e Sheyla, irmã, que anda flertando com o Mundo Baleias mas sem ainda definir. Aguardaremos com carinho suas notícias. A foto é de Marcelinho Lopes, meu caçula, que nos acompanhou nesse dia.
Mais um momento de emoção do especial final de semana. O momento em que mais um veículo adere ao Mundo Baleias. Robson e Elis colocam o adesivo Baleias. É incrível como o simpático adesivo valoriza o carro, parece mágica.
O número de peito mostra o enfoque diferente que essa prova teve. O número é irrelevante, o nome do corredor é sua identificação principal. É o que chamo de prova com identidade, onde o corredor é um convidado, é considerado o principal da festa, é mais do que um número. A Rocinha arrebentou!

O resto do sábado foi passado na praia de Ipanema, torrando o corpo gordo e branquelo, para que não pairassem dúvidas entre os conterrâneos sobre um final de semana no Rio de Janeiro. Em Minas, se não descascar é porque mentiu ou foi só até Juiz de Fora.
Pela manhã o encontro com Ênio-BH, Bruno Antunes, o novo Baleia de Juiz de Fora, Elis e Robson.
E o momento em que Ênio autorizou que seu carro recebesse o adesivo Baleias. Momento único. Quem conhece o Ênio sabe o valor dessa conquista.
Na área de largada o encontro com os amigos. Jorge Cerqueira do blog JMaratona. Ícone do mundo que corre e amigo Baleias dos melhores que há.
O Momento Baleias com Famosos. Rodolfo Lucena do blog +Corrida dando uma canja para o blog Baleias. Rodolfo e outros jornalistas da Folha de São Paulo realizaram um vídeo muito bom sobre a corrida. É só clicar para ver.
A chegada de Fernandão, de BH, orgulho Baleias!
Com Heitor, de Belo Horizonte. Precisamos saber mais de Heitor, conversações foram iniciadas.
Com Denise Amaral e Luiz Antônio, do Rio de Janeiro que muito nos honraram portando o Manto Coral, o Grupo Baleias para a prova da Rocinha estava completo.
Com Lucinha, ex-TIM e Ribas, simpáticos amigos de outros momentos cariocas que também estiveram na Volta da Pampulha prestigiando a festa Baleias.
Com o carioca Rodrigo Damasceno, maratonista viajante com quem sempre temos a honra de encontrar pelo Brasil e pelo mundo.
Baleias prestes a viver momentos de muita emoção ao conhecer a Rocinha. Baleias afinando a consciência sobre a importância da inclusão social, da derrubada de todos os muros, principalmente os que se formam dentro de nos mesmos construídos com os alicerces da ignorância, do egoísmo e de todos os medos.

O Rio de Janeiro livre desses muros, livre do medo, livre do preconceito que a violência induz é patrimônio que todos os brasileiros devem preservar e celebrar. 
Por falar em muro, olha o paredão Baleias pronto para o início da prova. Baleias 100% satisfeitos de estarem alí vivendo uma oportunidade incrível que, espero, seja apenas uma de outras tantas que virão, sempre.
Dada a largada num clima de muita emoção.
Passando pelo pórtico e imediatamente subindo o morro da Rocinha.
Não tinha arrego. A subida era desde o começo.
Essa loja é de Minas, de Divinópolis. Gostei!
A arte engajada saudando os moradores e recebendo os corredores na Rocinha.
D. Arlete, maratonista e mãe de Denise Amaral, com quem tenho a satisfação de encontrar logo na primeira rua que sobe.
O mais novo casal Baleias. Robson é simpatia pura a engrandecer o Mundo Baleias. Temos planos e mais planos.
Subida pelas ruas da Comunidade da Rocinha. Uma honra ser convidado a lá estar.
Uma bela vista franqueada a mais e mais pessoas.
Subindo muito logo no início.
O primeiro engarrafamento. Sem problemas, a satisfação por estar ali não mudava um milímetro. Ao contrário, quanto mais entrávamos, mais satisfação. Costuma ser assim.
Fernandão e Elis aguardando o momento de subir a primeira escada.
Fernandão foi. Baleia desenvolto no mar de corredores.
Eu e Elis seguimos também e ainda tinha muita gente.
Nos limites da civilização e a montanha.
Novo engarrafamento, novo aglomerado. Um funil numa descida curta ao lado de um muro com água que misturava prudência para não cair com excesso de zelo com o tênis.
No aglomerado de corredores encontrei Neuza Marcicano, maratonista e educadora de Juiz de Fora, amiga de minha professora da 4ª série do grupo D. Vera Müller. Eu a conheci em 2010 quando corri a Maratona de Buenos Aires dentro do nosso Desafio Sul-Americano. Nosso encontro foi registrado pelo blog na época. Chique demais encontrar uma amiga de Juiz de Fora no alto da Rocinha. Correr é sempre surpreendente.
Descendo rumo ao primeiro posto de hidratação. Foram dois quilômetros em 45 minutos. Rocinha é recorde em cima de recorde.
O posto d´água um camburão do Bope! Queremos assim, sempre, o Bope parceiro, junto com a comunidade, participando, disseminando a paz e a segurança e não o medo. Aliás, não acho que a caveira do símbolo combine com uma força pública de segurança, mas não é papo para esse blog.
Como disse acima, queremos assim. A força pública de segurança próxima da população como foi durante toda a prova. Os corredores a todo momento fotografavam os militares. É bom ver o policial respeitado, atraindo para sim o orgulho dos cidadãos que vivem sob sua proteção.
E na Rocinha tem memê também. Vale o registro embora esse não conte porque estava parado e a máxima Baleias diz: mêmê parado não vale!
O momento da separação entre adultos e crianças. À esquerda, para os 10 km, uma subida prá lá de forte, até com degraus no passeio. Durante todo o percurso a comunidade aplaudia, vibrava com o esforço dos corredores e até tiravam onda da dificuldade por estarem acostumados.
O encontro com a aniversariante Lucinha e seu simpático marido Ribas que estavam bem na nossa frente. Gente da melhor qualidade que dá orgulho de dizer: são meus amigos.
Estávamos lá em cima. Talvez o ponto mais alto, não tenho certeza. Vislumbrei mais um memê parado. Fiquei muito na dúvida sobre como esses carros chegaram alí.
O início da trilha, o limite entre a comunidade e o mata ainda virgem.
Uma  quadra de esportes lá em cima, dividindo as casas e o início da trilha.
E como toda trilha que se preza, surpresas. Um linda e simpática repórter da Vênus Platinada sorriu gentilmente para a máquina Baleias.
Elis vencendo a trilha de forma brilhante. É mata mesmo!
Posando para a máquina Baleias no final da trilha.
Voltando para uma das ruas maiores.
O encontro com Denise Amaral que já subia. Alí percebemos que teríamos que subir novamente. A prova não tem refresco.
Expermentando mais o emaranhado de escadarias e becos estreitos com gente que nos recebeu com muita simpatia em todos os locais. Estávamos tão perto de tudo que se fossem indelicados poderiamos olhar para dentro das casas de nossos anfitriões.
Um experiência inesquecível conhecer a Rocinha tão de perto, tão de dentro.
Em vários pontos um aglomerado de pessoas da comunidade que vibravam conosco. Em um dos becos, uma simpática moça que estava na janela um pouco acima dos corredores me disse: "Miguel, você não está com calor? Isso porque corro com camisa de mangas longas, a antiga manga comprida da minha época. Adorei o carinho e a preocupação. Gosto muito de ser bem tratado.
Descendo, enfim, para completar a prova.
Na passarela, 9 quilômetros e setecentos metros cumpridos. O último registro de costas para a Rocinha. Espero que jamais eu, meus amigos, os cariocas e o Poder Público fiquem de costas para a Rocinha. A pacificação tem que ser apenas o ponto inicial da completa inserção da Rocinha no cenário carioca. O Bope já subiu o morro, os corredores também, agora é a vez do Poder Público subir e levar a todos os moradores tudo o que lhes é de direito e vinha sistematicamente sendo negado por uns e outros motivos. Espero que daqui para frente toda a sociedade suba o morro, em todo o Brasil.
Elis com o V da vitória pois foi assim que nos sentimos.
Fui o último Baleias a chegar. Depois da última corredora Baleias chegou a minha hora de cruzar a derradeira linha mostrando ao Comandante Francesco Schettino como se faz. Foram duas horas e oito minutos de muita emoção por estar ali. No ano que vem volto para melhorar o meu tempo e levando mais amigos para essa experiência inesquecível.
Na chegada, novamente com o grande amigo Jorge Cerqueira. Amigo sempre simpático e atencioso com o Mundo Baleias.
Cena rara, a fotografia Baleias pós prova com formação completa. Mais um recorde da Rocinha.
Ênio Henriques Júnior e seu esquadrão. O mais sistemático dos Baleias marcou um golaço em achar a prova e dar a ideia de corrê-la. Alguns Baleias quando atinaram para a oportunidade não tinha mais inscrição.
O registro com Denise Amaral, Musa Baleias e Luiz Antônio, grande amigo de coração misericordioso que perdoa minhas falhas.

Fiquei bem cansado e chegando de volta à base cheguei a deitar por algumas horas. O início de temporada deixa o corpo menos preparado para provas com percursos de muitas subidas. Recuperado encaminhei meus filhos para outras atividades, Pedro com os primos e Marcelinho na casa de Elis Carvalho com seus filhos e segui para uma festa na Barra da Tijuca. Mais uma oportunidade aberta por Denise Amaral e Luiz Antônio.  
Com o casal Lucinha e Ribas comemorando o aniversário dela. Uma bela festa com amigos da melhor qualidade, todos corredores com suas peculiaridades. Todos, claro, levando a preparação física muito mais a sério do que o gordo aqui. Uma tarde de conversas muito agradáveis.
Mais uma vez com Denise Amaral, grande amiga que me proporciona grandes momentos no Rio de Janeiro. Nas Minas Gerais informar que esteve em festa na Barra da Tijuca tem muito valor e foi minha segunda vez. Estou virando habituée!
E no lusco-fusco, quase dando a hora de retornar à base e recolher as crianças, descubro que estou na casa de uma das campeãs de duplas femininas em Bombinhas 2011. Fiquei doido, saquei a máquina fotográfica Baleias, a antiga máquina de retrato, convoquei a dupla campeã para ajudar esse humilde blog posando comigo. Norma Ramos, a co-anfitriã e Elina Almada, a dupla feminima campeã. Sucesso total. Adoro essa turma que flerta com os limites. 
Depois de despedir dos amigos fui buscar o caçula que adorou a tarde na casa de Elis. O mais velho estava no cinema.

No dia seguinte o retorno à terra das Alterosas. Passei no consulado para buscar o passaporte com o visto do Japão. Queria colocá-lo aqui mas desisti por receios de segurança. Mas depois tive uma ideia que resolveu a questão da dicotomia segurança e informação na internet.
Coloquei o do Wu.

É isso meus amigos. Mais uma corrida da Equipe Baleias. Mais uma corrida especial onde a distância, os quilômetros propriamente ditos e secamente considerados, nada revelam. Corremos uma corrida com alma. 

Valeu demais. Valeu Rio de Janeiro, valeu Rocinha e sua população, valeu polícia, valeu amigos e meus amigos Baleias, valeu todos os responsáveis por proporcionar isso.

Muito obrigado a todos. E muito obrigado também aos parentes que nos deram pouso e apoio no Rio de Janeiro da alta temporada. 

Miguel Delgado e Equipe Baleias!