Wu Arantes e Miguel Delgado na
Catedral de Sal, 1ª Maravilha da Colômbia, monumento esculpido numa mina de sal em Zipaquira, cidade próxima a Bogotá.
Meu caro Universo Baleias!
O relato anda atrasado. Tinil já terminou a Maratona Maurício de Nassau em Recife e somente agora trago nossa experiência em terras colombianas no final de semana do dia 07.11.2010.
Tudo resultado de contigências da vida, nunca falta de carinho e atenção com o mundo Baleias.
Chegamos em Belo Horizonte, vindos de Bogotá, somente no início da tarde de quarta-feira, 10 de novembro e encontramos o trabalho merecendo uma atenção especial pelo tempo fora.
Na quinta fui com meu filho Marcelo a Campo Belo/MG para a missa de 7º dia do bisavô Chico que partira aos 98 anos, na sexta-feira, às 13 horas, mesmo horário em que me encontrava no ar viajando para a Colômbia. Como não há dúvidas que Vô Chico tem lugar garantido ao lado do Pai, tenho certeza que sorriu para mim ao cruzarmos nos céus.
E no domingo 14.11 foi o aniversário de 89 anos de meu pai. Mais providências a pensar de forma que a comemoração ficasse do jeito que ele merece e goste e não, necessariamente, do jeito que nós gostaríamos que fosse. A vida é complexa em alguns momentos.
Com isso tudo, um atraso na chegada do relato ao blog.
A
Maratona de Bogotá El Dorado foi uma prova dura para nós, talvez um pouco pela altitude e um pouco pela diminuição dos treinamentos desde a Maratona de Buenos Aires quando fiz o meu melhor tempo do ano. Do lado do Wu, por ter desenvolvido uma fasciite plantar, diminuiu o ritmo dos treinamentos e correu com uma palmilha feita por fisioterapeuta que ficou pronta apenas na véspera da viagem não permitindo adaptação adequada.
Mas a amizade, atenção e gentileza dos amigos colombianos do
Club Olimpus, responsável pela organização da prova, foram tão grandes que correr em Bogotá tornou-se uma experiência maravilhosa. Vimos e participalmos de um exemplo de determinação e paixão pelas corridas.
O
Club Olimpus se propos realizar a maratona e mesmo sem apoio de patrocionadores fez uma prova incrível, pequena, mas enorme na atenção aos corredores e à disposição de realizar um evento correto.
Foi nossa primeira experiência num percurso de três voltas. Essa característica torna a prova mais dura, mas entendemos que facilita para proporcionar um abastecimento correto no percurso e também dribla as nuances do trânsito, principalmente numa prova realizada sem apoios institucionais.
Mas já já volto na prova especificamente, pois, conforme é tradição nos relatos Baleias o início se dá no ar!!!
No extato momento da foto sobrevoavamos o rio Solimões conforme nos disse o comissário e depois foi anunciado também pelo comandante. Voar com informações é muito bom.
Chegamos em Bogotá e como havia lido sobre o eficiente sistema de transporte da cidade resolvemos ir de ônibus.
Entramos tranquilamente no ônibus do aeroporto e seguimos. Quando fomos
perceber estávamos novamente no aeroporto. O ônibus era circular e não
nos apercebemos do momento em que teríamos que descer.
Pegamos um taxi para nosso hotel.
Na própria sexta passeamos um pouco pela cidade e no dia seguinte fomos buscar o kit de corrida.
No local do kit encontramos a primeira vez com os simpáticos amigos do Club Olimpus e encontramos também com Yen Nguyen e Peter Bennet nossos simpáticos amigos norte-americanos de Houston/Texas com quem encontramos em Quito e Punta del Este e que correm 50 maratonas em 50 países. Em Bogotá completaram a 47ª.
Conversamos com Yen e Peter sobre Caracas e eles se mostraram animados com a ideia de ir até lá em 12 de dezembro.
Fizemos a inscrição de Paulo Picanha para poder levar para o amigo que sinalizou desde a primeira hora o desejo de correr em Bogotá a camisa da prova.
Encerrada a principal obrigação numa viagem para correr maratonas, que é buscar o kit, estávamos prontos para conhecer melhor Bogotá.
Iniciamos pelo Museu Nacional. Sempre uma forma de demonstrar o quanto a Equipe Baleias se interessa pela cultura de nossos amigos sul-americanos e também para mostrar que não apenas as corridas movimentam nossas vidas. Essas visitas culturais nos remetem também ao nosso sumido amigo Baleias de Campinas Ivo Cantor a quem rendemos homenagens na torcida pela retomada do blog.
No início da visita Wu se surpreendeu ao encontrar um antepassado de Ésio Cursino, nosso amigo
Maratonista Camarada, vestido como ele para as maratonas daquela época.
E ainda de saber que a turma de
Cláudio Dundes vem de muitos anos antes da decisão de correr!
Mas tivemos também a oportunidade de ter mais uma visão do Libertador Simon Bolivar, sendo essa apenas uma das muitas que se encontram no Museu Nacional!
Em complemento trago aqui uma breve descrição sobre Simon Bolívar.
Nossa homenagem a Simon Bolivar é um agradecimento à gentileza com a qual fomos recebidos na Colômbia e Equador. A história dos nossos vizinhos é também nossa história.
O mais fantástico de nosso Projeto Sul-Americano de maratonas é a oportunidade de conhecer melhor nosso rico continente. A cultura de nossos vizinhos é rica, os locais belíssimos. É fascinante observar as diferençcas entre a colonização espanhola e portuguesa, embora seja possível observar a ganância e crueldade comum aos colonizadores.
Outra caracaterística muito interessante nesse nosso projeto de 2010 é que a cada país e cidade conhecidos tomamos ciência de outros tantos locais a serem descortinados.
O conhecimento traz consigo a percepção da ignorância!
O que fazer? Resposta Baleias: mais planos e projetos!! E uma parada para um café da Colômbia no Museu Nacional!
Nossas ideias fervilham para 2011, embora haja um cansaço no ar. Uma coisa é certa, a América do Sul continua em nossos planos e a América Central é o novo destino a ser desbravado em quilômetros.
Encerrada nossa viagem pela cultura colombiana do Museu Nacional pegamos o Transmilênio, sistema de transporte de grandes troncos viários. Esse sistema, em contínua implantação, resulta em obras por toda a Bogotá. É o mesmo sistema que estava sendo inaugurado quando estivemos na
Maratona de Lima em maio de 2010.
Nos adoramos o sistema de transporte coletivo porque é uma forma muito eficaz de conhecer as cidades. Ênio Akio, nosso Baleias de SP é ardoroso defensor dessa forma de turismo.
Seguimos para Zipaquira, nosso próximo destino, uma visita a
Catedral de Sal.
A praça de Zipaquira. Uma das mais belas que já vimos.
Antes de iniciarmos a descida na mina não resistimos a uma foto com o camarada que também estava com o com uniforme Baleias.
A catedral é belíssima. Uma construção enorme dentro de uma mina de sal. A catedral que visitamos é a nova porque a mais antiga foi fechada para visitações por problemas de segurança. De acordo com as informações descemos 180 metros para dentro da mina. Claro que algumas lembranças passavam por nossa cabeça, mas não é característica Baleias pensar em coisa ruim.
Visitamos tudo o que era possível.
Wu atuou de mineiro e ambos tentamos extraír uma pedra de sal que poderia ser levada. Não conseguimos e eu ainda mandei a picareta na canela, no que decidi encerrar a tentativa.
E Wu fez questão de tomar mais um café da Colômbia, no fundo da mina.
Aproveitando tudo o que era possível assistimos a um filme em 3D sobre a história da mina e da Catedral de Sal.
Fomos os últimos a sair da mina, já à noite.
Registramos o final de nossa vista numa foto histórica de três grandes mineiros!
Andamos o sábado inteiro e seguimos de volta para Bogotá de ônibus, em pé, em situação não recomendada para quem iria correr uma maratona na manhã seguimente. Mas a lista sobre o que fazemos e não é recomendado é extensa.
Retornamos a nosso hotel e fomos cuidar de dormir porque às 06 da manhã passaria nossa condução proporcionada pela organização da prova.
Ficamos prontos e fizemos as fotos de antes da prova com o mesmo cartaz de homenagem a Paulo Picanha que havia sido feito e utilizado em Buenos Aires. Na largada, diante da oportunidade, fizemos nova foto, confirmando o exagero tão característico de nosso amigo homenageado. Corri toda a prova levando o cartaz, da mesma fora que em Buenos Aires.
Na tenda da largada com Peter e Yen, norte-americanos e Maurício, mexicano, no dia conhecemos e que iria correr a meia maratona mas acabou por realizar a prova inteira.
No local da largada mais uma gentil surpresa da organização, a presença de Alejandro, jovem colombiano e James, jovem norte-americano, que já moraram no Brasil, falam português e foram nossos intérpretes. Essa atenção dos organizadores foi inigualável.
Eu e Wu, em função da altitude e a preparação física que não andava boa, como dito acima, resolvemos fazer a prova juntos, sem a costumeira disputa, num ritmo que permitisse completá-la confortavelmente.
Largamos juntos dentro do que ajustamos. O percurso era de 3 voltas de 14 km e com isso passávamos na área de largada/chegada nos 0, 10, 14, 24, 28, 38 e 42.
Com exceção da última vez antes de
cruzar a linha de chegada, por que já víamos corredores que encerraram a prova com medalhas no peito e
ainda tinhamos que ir e voltar mais 4 kms, passar na área de concentração era muito bom
porque a animação ali era muito grande e nos incentivava.
Um belo circuito que nos fazia transpor duas simpáticas pontes e dava uma volta de 2 quilômetros no parque
La Florida onde os colombianos aproveitavam sua área verde.
O percurso em circuito, em provas em que o número de corredores não seja grande, proporciona um contato permanente com os demais corredores ao invés daqueles percurso em que corremos muito tempo completamente sozinhos. Em resumo, tudo tem dois lados.
No quilômetro 14 Wu parou para suas recorrentes necessidades fisiológicas. Com isso nossa combinação de uma prova juntos foi para o brejo, porque esperar tipo 2 não estava combinado. Mas continuamos a nos encontrar durante o percurso, sempre comentando com o outro a dureza da prova.
Eramos saudados pelos corredores durante todo o tempo. Não tivemos dúvida alguma de que além dos amigos do Club Olimpus, os corredores colombianos estavam satisfeitos com nossa presença.
No quilômetro 30, pensei, pensei e resolvi caminhar um pouco. Estava cansado e resolvi cuidar de terminar a prova sem exageros, dentro do tempo limite de 6 horas porque no dia 20 teria mais uma maratona também em circuito e com tempo limite de 5 horas. Não poderia deixar em Bogotá toda minha energia senão o Projeto Sul-Americano de maratonas poderia estar ameaçado.
Cheguei bem cansado e tendo andado muito, o que não me agrada nunca mas era estratégicamente necessário, em 5h e 30min, tempo que somente não foi pior do que a
Maratona de Foz do Iguaçu em 2009.
Wu chegou em 5h e 50min, seu pior tempo na carreira e com grande dor no pé.
Se num primeiro momento o mundo Baleias pode achar que ficamos tristes com o sofrível tempo de conclusão, digo que na verdade ficamos muito satisfeitos de completar a 2.600 metros de altitude nossa 10ª maratona do ano. E a chegada foi digna de heróis com uma sirene tocando e nossos nomes sendo mencionados no alto falante. De minha parte fui anunciado como o vencedor do Brasil. Se somente estávamos eu e Wu na maratona de Bogotá isso é detalhe porque as inscrições estavam abertas a todos os brasileiros.
A chegada de Yen Nguyen e Peter Bennet que consideraram, como nós, a prova de Bogotá mais dura do que a
Maratona de Quito.
A chegada de Maurício, nosso amigo mexicano. Decidir apenas na largada que fará 42 km ao invés dos 21 programados é para poucos. Tem que ter muita energia para alterar os desígnios da mente!
Colombianos, mexicanos, norte-americanos e brasileiros junto com a primeira colocada do Club Olimpus na maratona.
A grande delegação da Argentina na prova. Um grupo muito simpático que encontramos durante toda a prova e também passeando em Cartagena de las Ìndias na segunda-feira.
A
IV Maratona de Bogotá El Dorado foi uma prova dura mas muito boa pela amizade de todos os corredores e da organização que foi incrivelmente atenciosa com todos e especialmente com os estrangeiros que lá compareceram.
Pelos tempos todos sabem que estivemos entre os últimos a chegar. Mas uma parte da organização não arredou pé enquanto não soube que estávamos bem.
Acima nossos simpáticos e atenciosos interpretes. Alejandro e James(de blusa preta). Conosco também os pais de Alejandro, casal de simpatia inigualável. Convidamos a todos para virem ao Brasil. James, o jovem norte-americano, disse que passou o carnaval em Diamantina. Pedimos que contasse como foi mas ele se calou com um sorriso no rosto.
Abastecimento com água em saquinhos em vários pontos num sistema que gosto muito por ser mais fácil de carregar. Oferta de fruta em todas as passagens na área de largada e ao final frutas, doce de leite com goiabada e pé-de-moleque. Perfeito para mim.
A bela medalha onde é possível gravar o nome, tempo e colocação e o chip descartável que passou a ocupar local de honra na lata de preciosidades desse atleta que aqui escreve.
Encerrada a prova voltamos para o hotel, ficamos prontos e fomos em busca de outra destino famoso de Bogotá, o restaurante
André Carne de Res .
Um local com uma carne maravilhosa, uma cerveja cara para caramba, um clima cultural e artístico muito envolvente. Realmente um local que vale a pena conhecer. Estivemos na unidade que fica no centro de Bogotá e ficamos impressionados, mas o principal é em Chia, nos arredores, muito maior e com mais atrações.
Até babador colocaram na gente. Mas não ficamos muito tempo lá porque long neck a 10 reais não é Baleias!
Encerramos nosso tour gastronômico e voltamos para o hotel para a última cerveja do domingo, pela metade do preço, e para descansar porque o desgaste fora significativo.
Na segunda, antes de seguir para Cartagena de las Ìndias uma vista ao
Santuário de Monserrate que tem acesso por teleférico e funicular. No horário em que fomos somente estava funcionando o funicular. Não importa, bondinho é com a gente mesmo!
Do santuário tem-se uma vista exuberante da cidade de Bogotá.
Wu completa a vista com estilo.
E numa montanha acima de Monserrate avista-se a
Virgem de Guadalupe. A visita a esse outro santuário ficou para uma próxima oportunidade.
Seguimos então para a tão sonhada visita a
Cartagena de las Ìndias, aproveitando para experimentar mais uma companhia aérea no mundo.
E logo fomos conhecer as famos muralhas que os espanhóis levaram 200 anos para construir e logo que acabaram foram expulsos. Gostei! A colonização é coisa que irrita muito a mim a e Wu!
E nas murralhas, depois de correr uma maratona em Bogotá, nos pegamos observando pássaros! Recife, Acorja, Foto, Corrida, uma lembrança nos ocorreu!
Os pássaros, como nós, procuravam a melhor posição para apreciar o mar do Caribe!
Avistamos a seguir um emblemático pássaro. Seria Jack Sparrow ou nosso grande amigo
Gilmar Farias?
Em Cartagena visitamos somente a parte amuralhada da cidade, o centro histórico tombado pela Unesco. A parte moderna vimos do avião e foi o suficiente. Cartagena é tão bela que é possível circular o dia inteiro e continuar vendo coisas de beleza impar.
Lá tem também um passeio de carruagem que poderíamos ter feito mas Wu se recusou. Seu estilo abrutalhado não aceitou a imagem de nós dois passeando de charrete por Cartagena. Achou que seria meigo em excesso.
Passeamos à noite, visitamos Pedro de Heredia, o fundador,
Botero, o mais Baleia dos artistas e novamente nos encontramos com Simon Bolivar em praça que nos fez lembrar da homenagem feita em Paris num
treino Baleias na cidade luz.
Em Cartagena a música e a dança estão presentes no ar. Encontramos um grupo dançando em plena segunda-feira.
E eis que Wu escolhe um colar para Zilda na Plaza Santo Domingo.
Depois de uma noite vivendo com intensidade o charme e a beleza de Cartagena seguimos no dia seguinte para conhecer o Castelo de San Felipe!
Com nova proteção do sol providenciada especialmente para a visita colocamos o segundo castelo em nossa lista de monumentos visitados.
E fomos embora de Cartagena de las Índias com uma certeza na mente. Nos voltaremos!
Querido mundo Baleias. A Colombia é ótima! Vale a visita, vale correr a Maratona de Bogotá. E para os que consideram 42 km muito, Bogotá tem uma das maiores provas de
Meia Maratona do mundo. Em agosto desse ano foram 44 mil inscritos junto com prova de 10 km. Portanto, Bogotá tem provas para todas as distâncias e inúmeros passeios.
Agradecemos muito ao
Club Olimpus a quem devemos, pela determinação, a oportunidade de correr em Bogotá e conhecer as maravilhas da Colômbia. Espero que Edgar Guevara e seus amigos possam vir ao Brasil correr a maratona do Rio de Janeiro, nosso cartão postal. Quando vierem,contem conosco.
Atrasado que estou nos relatos do blog tenho que pedir novamente desculpas à nossa amiga maratonista Meire que chegou para correr conosco, já levou o manto coral a vários pódios e ainda não teve o espaço merecido no blog, ainda não foi apresentada. Vou corrigir tudo, prometo.
Peço aos amigos e amigas do mundo Baleias a quem devo providências, respostas, emails e etc., perdão e compreensão.
E sexta-feira embarcamos novamente, agora para o Suriname. Todo mundo em Curitiba e vamos para Paramaribo! É a vida de desbravadores Baleias.
Grande abraço a todos.
Miguel Delgado.