MAIS PÁGINAS BALEIAS!

domingo, 23 de janeiro de 2011

BALEIAS TARAHUMARA E ACORJA DO RECIFE em 2011, o ano que começou muito antes!

 Amantíssimo Universo Baleias.

2011 preciptou-se. Havia prometido que depois da São Silvestre apresentaria Meire, maratonista de BH que tem levado o Manto Coral aos pódios. Mas ela é fora de série e, perdoando-me, autorizou a trazer mais um relato antes de sua apresentação. Sou o redator mais em débito no mundo, mas em débito com os amigos que gostam de mim, então, tudo administrado com um sorriso.

O presente relato demorou e já teve várias versões porque nunca ficava satisfeito com o tom dado ao que vivi no final de semana da Ultramaratona de aniversário do Ricardo Galinho, novo velho amigo de outras encarnações conquistado em Caracas. E depois da gentileza de Gilmar Farias no relato em seu blog, o que dizer?

A sensação que precisava passar me obrigava a começar o relato com a frase: "No dia 15 de agosto de 1963 eu nasci em Juiz de Fora." .... Porém, o recuo era demasiado e tudo ficava longo, explicativo e chato. 

Mas eu preciso explicar. Desde o final da Corrida do Galinho no dia 15 de janeiro de 2011 sou outro corredor, mudei. E para minha satisfação, parece que vou conseguir levar meu inestimável Wu comigo nos novos planos.

Recife, terra abençoada que conheci o ano passado graças ao convite de meu amigo Júlio Cordeiro, é sempre destino dos sonhos Baleias. Lá tem a Acorja que nos inspira e tem também Júlio Cordeiro em quem me espelho. E desde Caracas tem Ricardo Ramos, o Galinho, a prova viva de que  tivemos outras vidas, o homem que furou fila onde tinha até mineiro inscrito! 

Recife que agora tem para nós também Laura e Gilmar Farias, o cara!

Em 27 de novembro de 2010, iria visitar Paulo Picanha, amigo de fé e companheiro Baleias das maratonas mais exóticas que podem haver. Paulo gosta de correr maratonas como nenhum outro e uma ideia significa uma concordância. Onde ir é irrelevante se lá tem uma maratona. Mas uma festa da escola do meu filho Marcelinho, razão de minha existência, impediu o comparecimento. Fiquei com um bilhete para Recife, o que já me deixou aliviado pela perspectiva.

No aeroporto de Caracas, no momento dos amigos da Acorja voltarem para Recife, Almir e Paulo Sobral me convidaram para correr a corrida do Galinho em 15 de janeiro. Quem me conhece sabe, quem ainda não me conhece, fique atento, se me convidar saiba que o risco d´eu aparecer é grande.

Fiquei com aquilo na cabeça a partir dali e como tinha a passagem e ainda queria visitar Paulo Picanha o tema não saiu de mim. Com isso decidi ir prestigiar o grande Galinho, rever os amigos, especialmente, Júlio Cordeiro e conhecer pessoalmente Gilmar Farias, que sempre tem ideias e orientações para nós da Equipe Baleias.

Perdi a companhia de Marcelinho, meu filho, que ardeu em febre na véspera. Mas como estava sob os cuidados firmes da mãe e me liberou não justificava perder, novamente, a viagem. De outro lado, como conversei com Marcelinho, ficaríamos com uma passagem em aberto para Recife e, com isso, a certeza de que iríamos lá novamente, em breve. Agora já definido, na Maratona Maurício de Nassau em 01 de maio de 2011. 

Cheguei em Recife na madrugada de quinta para sexta, nos meados de janeiro, já feliz só por estar lá e vi entre os que esperavam os viajantes uma fisionomia que não me escapava. Gilmar Farias sofria com a madrugada e o atraso para, gentilmente, me esperar.

Escudado em minha coerência, prudência, reserva e comedimento resumo em uma palavra o que significou conhecer Gilmar Farias do blog Foto Corrida: apaixonei.

De quebra, recebi de presente de boas vindas o desenho de Laura, filha de Gilmar. Nunca em minha vida fiquei tão feliz em ser retratado por uma criança. Laura me viu magro! Só os parentes e os inimigos têm prazer em nos demonstrar GG. A camisa Baleias de Laura já foi encomendada à Central Baleias de Manufaturas!

Gilmar, gentil, não me perguntou sobre quantos quilômetros eu pretendia correr. Eu também não sabia naquele momento, mas a atenção e gentileza do amigo não me passou despercebido.

No dia seguinte fui visitar Paulo Picanha. A foto ficou tremida e não foi aprovada no padrão de qualidade Baleias. O cara é forte, está bem e tem planos audaciosos. Eu e Wu conversamos quando voltei e decidimos que estaremos junto com Paulo Picanha na primeira maratona que ele fizer depois de toda essa confusão. Será nossa homenagem ao cara que gostamos demais!

Na sexta, Júlio Cordeiro perdeu seu precioso tempo e ficou comigo parte do dia. No final da tarde foi para junto de sua família em férias e, em carinho e confiança de verdadeiro amigo, me deixou em sua casa para que eu ficasse mais próximo do famoso e cultuado Parque da Jaqueira.
Na madrugada, buscado por Ricardo Ramos, Juliana Job, Victor e sua simpática Lais, seguimos para a largada da prova. Naquele momento não sabia quantos quilometros iria fazer. Ricardo Galinho havia me dito que poderia fazer o quanto quisesse, que minha presença é que era importante, não os quilômetros. Gentileza sincera de quem iria correr os 54.

A organização desse pessoal é fora de série. Acima, o Presidente Lula dá as coordenadas sobre como será o evento.
Nessa foto um momento que não entendi muito na concentração. Parece que na corrida ocorrem eventos paralelos e num desses há um concurso de "montinhos". Cada corredor que se habilitar abaixa as calças e mostra o seu montinho. Não fiquei para ver o resultado porque fiquei com mêda do prêmio! 
A foto do grupo todo na largada. Mas vários corredores e corredoras iriam se integrar ao grupo em locais especificos da corrida. A festa é incrível, a organização mais ainda e a satisfação dos que correm e dos que apoiam é única. Corredores do mundo; façam uma corrida ou um treino com a Acorja. Eles são incríveis e a corrida deles é a melhor do mundo!
Esse é Paz, maratonista da Acorja e sua esposa Iranilda. Paz foi amigo firme e sincero em nossa visita em 2009. Eu o cumprimentei na largada mas depois fiquei sabendo que ele não se lembrou de mim. Gordo fica triste quando não é lembrado.
A corrida é iniciada numa festa de gritos e satisfação. Parto sem saber o quanto farei. Lembro-me de tudo o que vinha me acontecendo nos últimos dias.

O Manto Coral foi substituído pelos paramentos da Acorja em homenagem aos grandes amigos que alí me recebiam. O coração e a mente Baleias seguiam firmes em mim.

Lembrei de Elis Carvalho, orgulho Baleias, ultramaratonista, minha líder, que me disse para fazer os 54 porque estaria rodeado dos melhores amigos e isso era o caminho para o exagero de quilômetros.

Havia terminado de ler livro "Nascido para Correr" que ganhei de natal dos meus filhos e de Rose, mãe deles e minha amiga. Fiquei com a clara sensação de que se soubessem o que o livro faria comingo, não dariam. Fiquei doido. Me sentia Billy e Jean!

Segui correndo e pensando: vou até quando for possível. Se não era Forrest Gamp, Fernão Capelo Gaivota andava por lá; "longe é um lugar que não existe". Nunca experimentei tanta coisa boba passando por minha cabeça. Eu já sabia que uma pessoa feliz é sempre meio brega!
A liderança dessa cara é incrível. Embora extremamente carismático, ele é operacional também. As coisas com ele funcionam. Tenho muito o que aprender com Lula. Obrigado, meu amigo, por me receber tão bem.
Amanhecendo nas pistas da Acorja, ainda de óculos claros e sem saber para quantos kms estava ali.
Bagetti. Comradeiro, que tem tudo para nos ensinar e foi muito simpático comigo na prova.
Alemão, do blog Maratonista Alemão, que também foi muito acolhedor comigo.
Flávio Maia, maratonista internacional, que cuida da parte sem graça da vida do mesmo modo que eu e Wu, porém, claro, com mais capacidade. O conheci em Porto Alegre em 2009 e a identificação foi imediata. Flávio correu até os 30 kms mas apoiou os corredores com sua possante máquina e não largaria de nos apoiar se não fosse liberado lá pelos 30 e muitos.
Paulo Sobral, grande amigo e grande homem para dicas de resistência e saúde e Almir, o grande campeão da Acorja. De cabeça vermelha como Wu é grande amigo. O tempo cuidará de estreitar essa amizade que existe e é latente.
O dono da festa, sua esposa, conhecida no mundo das corridas como Juliana Job e Cez(s)inha, o ultraman da Acorja, 177 km na Ultra dos Fuzileiros Navais.
Paulo Gustavo, amigo de Recife que recebeu a Paramedalha Baleias na São Silvestre. Esteve conosco em Punta, Foz e Caracas. Um grande cara que se colocou à minha disposição em Recife durante todo o final de semana.
No amanhecer do dia ganhei a companhia de Marinês Melo, com quem havia corrido a Maratona de Caracas. Claro que em tão boa companhia poderia correr até os fins dos dias, mas mantive o caminhão Baleias de apoio porque a carroceria estava garantida com carboidratos e isotônicos.
 
Encontrei rapidamene com Jacqueline Barbosa, amiga Baleias, sonho do mundo que corre, comradeira de histórico e registro no blog Baleias para nossa honra, que deu um show para as lentes de Gilmar no blog Foto Corrida
Entramos na consagrada Serras das Russas. No meu intimo, pensei: só um ingênuo para pensar que vim de Belo Horizonte para parar aqui. Exagerado como Cazuza queria todos os kms e a subida seria da Serra da Boa Esperança. Pensei: "nada me tira daqui, vou desfilar por sobre os locais sagrados da Acorja". Não vim para Recife para ser fraco e comum, porque não sou fraco e comum. Sou forte, surpreendente e compulsivo!!!

Perto de 30 km Flávio Maio e Marinês Melo encerraram sua participação. Eu nunca tinha ouvido falar de mineiro que foi para uma festa de 54 e só aproveitou 30. Segui.
 Subindo a Serra das Russas, barba branca, cada vez mais velho, com entradas na testa, cabelos ralos que o sol castiga e cada vez mais feliz e intransigente em fazer, no agradável mundo que existe após o horário comercial, somente o que quer (batizados, aniversários, formaturas, tremei). Só vou se eu quiser. Alí, aos olhos do mundo normal eu era um homem louco, possuído.

No próximo ponto de apoio recebo a notícia que Marinês Melo, pódio em Caracas, voltaria a correr comigo, decidida que estava a virar ultra e que Flávio Maia encerraria o apoio com Gilmar Farias, um sonho de amigo, assumindo.

Os amigos de Recife cuidavam de mim. Fiquei muito feliz de saber que alguém correria comigo e outro cuidarida de mim. Todos foram muito gentis comigo, mas dei  trabalho pelo excessivo tempo que cumpri a prova. Ia transpondo municípios, como visto nas placas.
Gilmar Farias coreografava a prova. Desenhava conosco as fotos e as placas. Até cruzar a pista determinou. Esse carinho me fez muito feliz.
Adoro ônibus, desde pequeno! Esse viaduto a gente vê ao longe e chegar nele é especial. Nessa etapa o tênis abriu o bico e um pedaço da borracha do calcanhar se soltou. Mais um detalhe incapaz de alterar minha certeza. Aliás, Baleias Tarahumara não esquenta muito mais com amortecimento.
Calor forte, mas nada naquele dia seria relevante. Disse a todos que seguiria até o final ou até não aguentar!
O mestre Gilmar determinou a foto embaixo da placa. Nem sabia ele que sou de Lima Duarte, terra das cascavéis. É a festa Acorja Baleias.
Fiz uma pose para homenagear minha líder Elis Maratonista, que me tornou um ultra, que corre sempre com um gatorade na mão

Gilmar mantinha a coreografia. A abnegaçao do cara é violenta. Gilmar seguiu a mim e Marinês durante todo o tempo que demoramos para cumprir o trajeto. Dissemos a ele para ir embora, porém, isso seria nossa morte.

Eu continuava, sob a orientação do Gilmar, a registrar os caminhos da Acorja.
E atingi a marca dos 50 kms.
Havia me tornado, irrediavelmente, ultramaratonista. Muito antes do previsto e sem meu Wu, o que me obrigaria a utilizar dos recursos da reengenharia para equilibrar a relação. Mas Wu é brilhante e já estabelecemos novo desafio ultra para 27 de fevereiro em Rio Grande, de novo em companhia da Acorja. 
No km 53 e a alegria de correr, conversar e fazer tudo o que Gilmar solicitava. O que esse cara fez por mim no apoio marcou o coração Baleias.
A chegada nos 54. Marinês também havia se tornado ultramaratonista tendo corrido 50 kms. A gentileza da colega da Acorja que me acompanhou por quase todo o percurso foi fundamental para eu alcançar meu desiderato. Certo é que uma corrida em sua companhia nunca é um desafio, é um divertido passeio.

O Garmin não havia aguentado o tranco e encerrou sua participação na prova no km 44 com mais de seis horas de corrida. Nosso tempo final, que teve que ser estimado, ficou por volta de 8 horas. Dado, sinceramente, irrelevante para mim a não ser pelo tempo que tomamos do grande amigo Gilmar.
A medalha recebida das mãos do Presidente Lula depois de correr 54kms. Eu estava absolutamente eufórico, havia me tornado ultramaratonista em Recife, na companhia dos amigos da Acorja, como previra Elis Carvalho minha mentora na ultradistância. A partir daquele dia soube que eu posso tudo. Se treinar então...
Gilmar recebeu do Presidente Lula e do aniversariante, que em lance de gentileza impar vestia o Manto Coral, sua medalha pelo incrível apoio que deu aos corredores.

Ele fotografou e cuidou do apoio com água e gatorade e a partir da Serra das Russas cuidou de mim e Marinês. Definiu paradas, definiu locais para fotos, indicou rotas e distâncias e principalmente disse que estaria conosco até o final. E sempre com um sorriso amigo no rosto. Fiquei doido com esse cara e espero estar sempre à altura de sua amizade. 
O aniversariante, uma jóia de pessoa, nosso Baleias em Recife e a primeira dama Juliana Job. Combinei com esse casal para corrermos muito e muito juntos em 2011. Seguiremos juntos em busca de mais quilômetros porque essa é nossa satisfação comum.  
O casal anfitrião da Ultramaratona do Galinho também recebe sua medalha das mãos do Presidente Lula. Essa Acorja ensinando a todos como se faz uma festa bonita e para todos. Não achei foto da Marinês recebendo sua justa medalha por também ter virado ultramaratonista.
Terminada a corrida Gilmar Farias me levou de volta para Recife. Meu destino era Aldeia na casa de Júlio Cordeiro, mas não tinha cara para pedir mais alguma coisa a Gilmar que se sacrificara para permitir que eu me tornasse ultramaratonista. E também não tinha cara para ligar para o Júlio Cordeiro que estava em festa com a família para me buscar. A sensação de ser "mala" me apavora.

Voltei para o apartamento em que estava hospedado e passei minha vida de corredor na cabeça projetando  também a nova vida que se inciaria. Pensei em como fazer com Wu que está com fasciite plantar mas que tem que virar ultra imediatamente. Ser ultra sem Wu me incomodava.Tracei planos.

Acordei no domingo decidido a não incomodar os amigos que já haviam se desdobrado para que eu corresse a Ultramaratona do Galinho. Julio Cordeiro, que me acolhia em seu apto, comemorava o aniversário de sua mãe e tinha toda a família consigo na casa de campo. Entendi que não havia como solicitar que me buscasse. Errei e o cara ficou chateado comigo pela ausência. Eu, que não queria incomodar, acabei incomodando com o meu silêncio e minha reclusão no domingo. Gordo é fogo, tenta acertar de um lado e acaba fazendo merda de outro. Mas espero que Júlio perdoe-me por ter tentado acertar.

Aproveitei para colocar no ar o relato da São Silvestre que andava super atrasado e esperei a hora de voltar para Belo Horizonte. A sensação de fortaleza tomou conta do meu corpo e me acompanhou naquele dia pós estreia nas ultras distâncias. Foi sublime e essa sensação não saiu mais de mim. Está cada vez mais forte e me levará a lugares nunca dantes imaginados. 

Decidi naquele domigo que correria os 75 quilômetros de Bertioga-Maresias já em maio, acompanhando Elis, minha diretora de ultradistância.    

A partir do dia 15 de janeiro de 2011 virei ultramaratonista e mudei o foco das corridas levando a festa Baleias para dentro da prova. Virei Baleia Tarahumara e o prazer e a satisfação de muitos quilômetros com os amigos dará o tom a partir de agora. Wu topou todos os planos e seguiremos juntos em 2011 consumindo quilômetros e mais quilômetros.

Espero nunca mais ter que fazer uma prova sozinho. Desde a Pampulha 2010 em que corri com Elis não corro mais sozinho. Em Caracas corri com Marinês, em Lagoa Santa fui na companhia de Rogério, o primo que me levou para as corridas e com quem fiz, lado a lado, as minhas duas primeiras provas. Na São Silvestre corremos vários Baleias juntos e foi estupendo. E na minha estreia nas ultras novamente tive a companhia de Marinês Melo, da Acorja do Recife. 

A companhia para a próxima prova também já está garantida. Correrei em Rio Grande ao lado de Aline, a primeira maratonista Baleias, que aceitou o convite para virar ultra na minha companhia, de Wu e Meire.

Obrigado a todos os amigos da Acorja, obrigado Lula, obrigado Júlio Cordeiro, obrigado Gilmar Faria,  obrigado Ricardo Galinho, obrigado Marinês Melo, obrigado Juliana Job, obrigado Paulo Picanha, obrigado Paulo Gustavo, o carinho de todos vocês antecipou um ano de minha vida. Agora estou feliz mais cedo. E muito obrigado Lula e Júlio pelo convite para Rio Grande. Com vocês eu vou aonde me chamarem.

Miguel Delgado
Baleia Tarahumara

domingo, 16 de janeiro de 2011

SÃO SILVESTRE 2010 - BALEIAS NO ANO QUE SE RECUSOU A TERMINAR!!!

Querido Universo Baleias!

Atrasadíssimo, mas por motívos justos, férias com os filhos (embora não seja tudo tão verdade assim), trago a vocês os incríveis momentos vividos na São Silvestre 2010, último dia de um ano que de tão bom e interessante pareceu não encerrar!

Mas 2011 que poderia iniciar em grande desvantagem pela inevitável comparação começou de forma brilhante, na companhia das amigas corredoras e seus fantásticos maridos.

A história da São Silvestre no seio da Equipe Baleias começou muito antes do dia 31 mas tudo já foi relatado à exaustão e não há motivo para repetir. Por isso inicio no dia 30.12.2010, quando Elis Carvalho, orgulho Baleias, ultramaratonista do blog Diário de uma Corredora foi buscar o kit para mim porque eu não conseguiria chegar antes do dia para prova.
Elis, como pedi, devolveu a medalha para a organização no exato momento que retirou o kit. Como eu já havia dito, com regras claras, antes da inscrição, decido o que aceito e o que ultrapassa meus limites pessoais de "goela abaixo", mas medalha antes está completamente fora de todos os meus limites nessa divertida brincadeira de correr.
A foto acima mostra o protesto mais meigo que já fiz em minha vida.
No dia 31 cheguei a São Paulo peguei o Ênio-SP numa estação de metrô e fui direto para o almoço da Mayumi, japonesinha que dispensa maiores apresentações. Lá estavam vários amigos e para minha alegria conheci a Dani, do blog Correndo e Encantando, de Curitiba, uma pessoa maravilhosa e seu marido Vinicius.

Lá estava também Tamara, a caçula Baleias, loirinha na foto, um doce de amiga que vai nos dar muitas alegrias pela firmeza de suas decisões. Saiu do sofá esse ano, como ela mesmo disse, e já correu Pampulha. Veio para a SS e fará Meia Maratona em 2011 e em 2012 está decidida a estreiar nas maratonas. Apreciamos demais quando a data da maratona já está marcada.

Encontrei Dona D., do blog No Mundo das Lulus, Baleia que ainda não tido a satisfação de conhecer pessoalmente e seu simpático e eficiente marido Fábio. Conheci pessoalmente Rinaldo, do blog Número de Peito, e logo fui falando: "você reclama prá caramba, heim!
O grande Pinguim, amigo Baleias, fotógrafo que corre maratonas e provas de ultradistância estava presente.

Conheci também Felipe Souto, que não está na foto, do blog Coca, Corrida e Chocolate em Tubarão-SC, um sujeito que de tão calado parece que está desconfortável, mas depois você vai no blog dele e tem até  dificuldade de ligar o nome à pessoa. Como um sujeito tão divertido ao escrever pode ser tão calado assim ao vivo. Fiquei com a impressão de que perdi a oportunidade de conhecer mais o cara. Mas isso será resolvido no decorrer do ano.

O grande amigo Ricardo Hoffmann, do blog Run for Free estava lá com seu xará Ricardo e mais um amigo. Muito bom rever Ricardo Hoffmann, diretor Baleias, que muito me auxilia no pensamento Baleias.

E quem estava também no almoço era Tutta, do blog Correndo Corridas e maratonista sub 3 horas.Tutta se tornou grande amigo nosso e essa amizade cresceu foi muito. Tanto que..... Depois voltamos nesse tema. É tanta alegria que vai merecer capítulo especial.

Conheci Fabiana do blog A corrida mudou minha vida, simpatia de pessoa.Guilherme Maio também estava por lá mas quando cheguei já estava perto dele ir embora e não foi possível o contato de sempre.
A foto acima mostra o momento em que a Diretora de Ultradistância Baleias começou a fazer de mim um ultramaratonista. Falei que ia para Recife no dia 15 para visitar Paulo Picanha e também correr alguns kms em homenagem ao recente velho amigo Ricardo Galinho em ultramaratona de 54 km por seu aniversário.

Elis me disse: "porque alguns kms Miguel? A melhor forma de estreiar nas ultras é entre amigos e é assim que você estará lá! "Respondi que era impossível nesse momento do ano, já que não estava treinando e dificilmente treinaria no período de férias com os filhos". Gentilmente Elis optou por não me enquadrar.

Seguimos para a concentração da largada da São Silvestre, momento de festa sempre inesquecível e de repente: "A Surpresa"!
Cláudio Dundes, do blog Ex-sendentário e amigo Baleias dos mais Baleias do mundo, portador de afinidades especiais, trazia consigo Esmeralda, uma simpática Baleia criada pelo núcleo de São Paulo, sob a condução segura de Ivana Correia, Diretoria de Alegorias e Adereços, com apoio inestimável de Fábio, o grande marido que a Equipe espera se junte a nós em breve. 
O nascimento de Esmeralda foi uma demonstração de carinho enorme da turma Baleias de São Paulo e todo o Universo Baleias se emocionou com a disposição dos amigos. A foto da mesa dá uma ideia da atividade que durou vários dias e contou com a ajuda, dentre os já citados acima, de Daniela Kato e seu marido Vinícius e ainda Felipe Souto.
Daniela e Felipe no transporte de Esmeralda para o hotel onde ficou hospedada até o horário da prova.
A Equipe de criação levando Esmeralda para a largada. Nossa mascote correria com Cláudio Dundes os 15 km da prova.
Uma parada para a já tradicional foto Baleias e Focas pelas corridas do Brasil e do Mundo.
E depois nossa turma, com amigos, curtindo Esmeralda. Todos fizeram questão de posar com nossa mascote na São Silvestre 2010. Ao meu lado, de azul, a grande amiga Baleias Priscila Ponce, a socióloga maratonista do blog Corridas e Maratonas.
E ainda, para maior satisfação encontrei Júnia, professora e amiga que nos idos de 1986 me aceitou em sua sala de aula para o estágio obrigatório para conclusão da licenciatura em História. Lucas Lins, o marido, também amigo por outra área, completava o casal pelo qual nutro grande estima. Depois que os vi corredores pelas pistas do Brasil e do mundo, então, nem se fala!
 
Encontro Rita, amiga de Mayumi, companhia na Maratona de Buenos Aires. Cobro a falta de contato e ouço novas promessas. Ei Rita, liga pra mim, pô! A alegria do encontro está demonstrada na força com que peguei no braço da moça, desculpe, foi emoção!

E ainda antes da largada as notícias que começaram a garantir um 2011 pleno de alegrias.
Zilda, o amor de Wu, que agora cuida de mim também, sem a parte pesada, claro, disse que correrá a São Silvestre no dia 31 de dezembro de 2011. Isso quer dizer que Wu e Miguel Delgado estarão lá também. E para cair fora logo de polêmica que não é nossa, estaremos na São Silvestre, onde quer que ela saia ou chegue.
Dada a largada, a alegria por Esmeralda estar conosco foi tanta que resolvemos escoltá-la no percurso.
A Equipe Baleias corre, sempre, com a esperança de encontrar os valorosos amigos da Acorja com sua tradicional bandeira. 
Os simpáticos Luciano e Silene flagrados pelas lentes de Ênio Akio Yuhara, conhecido no seio Baleias como o que há de melhor em nosso mundo. Os atletas que correm com a camisa da Acorja não têm sossego onde têm Baleias. São sempre importunados com as frases: "ei sou amigo de Júlio Cordeiro", "somos amigos do pessoal do Parque da Jaqueira", "Lula é meu amigo". "manda um abraço Baleias para a Acorja". 
E a festa continuava. Shurek não assisti, mas Toy Story é bom demais!
 
 O Homem-Morcego e Baleias!
E já na Consolação encontrei novamente Rita. Agora gostei. O contato foi rápido.
Mais um pernambucano. Eduardo que esteve conosco também em Punta del Este.
E Esmeralda continua escoltada. Nesse altura fui para frente e para trás procurar Alex Dundes. Cláudio, que levava Esmeralda, estava preocupado com o primo que estreiava nos 15 km e na São Silvestre.
Cláudio com Esmeralda resolveu voltar para buscar Alecao, o Alex Dundes. A escolta se desfez. Wu seguiu e voltamos com Cláudio até entregá-lo nas mãos do primo. A partir daí seguimos firmes, Elis, eu, Pri Ponce e Ênio Akio, esse também nas fotos, numa corrida de recuperação em busca de Dani Kato e Vinícius e Ivana e Fábio.
 
Alcançamos o simpático casal de Curitiba.
 
 Alcançamos Ivana e Fábio. Elis era um foquete. Corria feliz e em disparada. O gordão estava tentando segui-la. Elis subiu a Brigadeiro voando. Encontrou um destacamento da Aeronáutica subindo em formação  e resolveu mostrar para eles como se faz no Exército e os ultrapassou quase que deixando marcas de fogo no chão.
O final de Elis estava tão concentrado que sequer consegui me aproximar para avisar que voltaria para encontrar Cláudio, Alex e Esmeralda. E com isso, em frente ao Extra da Brigadeiro, voltei enfrentando as manifestações dos corredores sobre estar na direção errada, que não era por alí e etc. A incômoda sensação de "gordo fazendo merda" que rotineiramente me acompanha se acentuava, mas encontrar os amigos era mais importante.
E também chegamos. Felicidade em peso, com direito a um sprint de Alecão e um literal "peixinho" do Cláudio Dundes que voou ao solo logo ao cruzar a linha de chegada. Claro que o evento merecia uma chegada apoteótica. 100% da Equipe Baleias completara a prova.
A festa das medalhas Baleias já havia iniciado. A família Baleias de Wu Arantes, capitaneada por Natália, entregou aos corredores e corredoras Baleias e aos amigos e amigas da Equipe Baleias a Paramedalha Baleias, como definiu Gilmar Faria, amigo nosso da Acorja de Recife, um cara muito mais sensacional do que já dá para perceber pelo seu  incrível  blog Foto Corrida. Aliás, tenho uma dívida impagável com esse cara; pelo resto de minha existência.
Daniela Kato Bietkoski, grande amiga.
Elis Carvalho, ultramaratonista, brincando na São Silvestre, idealizadora da Medalha Baleias e orgulho dessa Equipe.
Ivana Correia, Dona D, Diretora de Alegorias e Adereços Baleias, também idealizadora da Medalha Baleias na SS 2010 e Fabio, seu marido. Ambos responsáveis pela simpática mascote Baleias Esmeralda. Essa dupla fez história na SS e ainda nos levou para passar o ano com a família. Muito obrigado dupla.
Alecão, o Alex Dundes, e Cláudio Dundes, os primos em estreia na São Silvestre. E Alex, mais do que a alegria de completar a prova, recebeu ao final de presente a promessa da esposa de completar a prova o ano que vem. Esse povo é sortudo demais. Uns com muito outros com pouco. Tudo bem, Deus é pai e tem o caminho de luz, mas distribui meio diferente as coisas.
Ricardo Hoffmann, correndo em homenagem a sua filha Laura, celebrando a vida.
Nosso estimado amigo Ivo Cantor, nosso Baleias de Campinas. Outro orgulho forte de nossa Equipe.  Ivo é amigo do coração e embora tenhamos nos encontrado pessoalmente somente por alguns minutos na Maratona do Rio de Janeiro esse pouco contato não altera nossa amizade. Ivo está na categoria dos amigos especialíssimos que apenas poucos segundos dão o tom de uma vida. Para minha alegria tive notícias de que a estimada D. Marli, esposa de Ivo, estava no apoio ao ilustre consorte paramentada com o Manto Coral.  É muita emoção para um gordo cardíaco.
Jorge Maratonista, amigo Baleias no top da lista de todos que participaram da decisão de conceder a medalha.
Mayumi. Essa é outra que embora amarela, se um dia deixar de ser Branca e quiser ser laranja tem lugar de honra garantido.
Miguel Delgado, o gordo que mãe Diná previu será ultramaratonista muito antes do que se imagina, recebe a medalha das mãos de Zilda, esposa de Wu que agora cuida de mim também, sob o olhar da ultra Elis. 
Priscila Ponce, amiga forte e desprendida que já correu sob o Manto Coral e, abrindo mão de suas características, fez uma São Silvestre toda na companhia dos amigos e amigas Baleias, indo e vindo, de acordo com a maré.
Tamara, a cuçula Baleias. Chegou para junto de nós no final da Volta da Pampulha e mostra uma alegria imensa em ser Baleias. Digo e repito, não há alegria maior no mundo do que perceber a alegria dos que chegam e são felizes simplesmente porque corremos juntos.
Ênio Akio Yuhara, ultramaratonista Baleias, conhecido pela alcunha de "o melhor que existe no mundo Baleias." Não há quem conheça esse cara e não fique impressionado como é peça fina. Correu a São Silvestre toda fotografando os amigos, no cômputo geral, deve ter corrido duas provas. Vai fazer no início do ano a Maratona de Nagano no Japão e a Two Oceans na África do Sul, mas somente quer mandar o material para o blog Baleias depois de retornar ao Brasil. Estamos em negociação pois nesse mundo que globaliza para nos ferrar temos que, pelo menos, utilizar a facilidade da comunicação para colocar o blog o mais próximo possível dos acontecimentos.
A comissão Baleias da Paramedalha decidiu que encontraríamos na própria São Silvestre um representante da Acorja, a Equipe de Corrida que tanto nos inspira e causa admiração. Porém, na prova não conseguimos encontrar, até que na minha chegada ouvi Paulo Gustavo Sampaio, amigo Baleias desde Punta del Este, me cumprimentando e pensei imediatamente: "perfeito"! 

Um amigo nosso de verdade, da Acorja , que correu conosco a minha principal prova do ano, a Maratona de Caracas, seria  perfeito para coroar nossa alegria e amizade pelo Recife e ainda homenagear  Lula Holanda, Júlio Cordeiro, Gilmar Farias, Almir, Ricardo Galinho, Juliana Job, Marinês Melo, Jacqueline Barbosa, Ésio Cursino, Paulo Sobral, o ultra Bagetti, Paulo Picanha e todos os corredores e corredoras da Acorja.
Tutta, amigo Baleias, visitante assíduo do blog recebe sua medalha Baleias. Esse corredor ainda vai dar o que falar. E sinto que esse quati que está em sua camisa sairá de cena. Combinamos que ele estará na Maratona de Assunção experimentando uma festa Baleias das melhores que há.
Yara Achôa, tendo em vista os últimos acontecimentos e a grosseria que enfrentou por defender a satisfação dos corredores em receber sua medalha ao final, depois de suar, sorrir e vencer, entrou na lista das amigas Baleias que seriam agraciadas com nossa medalha.
 
 E Wu. A família de Wu esqueceu de fotografá-lo para o blog com a paramedalhas Baleias. Esse o único registro que tenho de meu Wu, meu amigo, meu companheiro de loucuras em 2010 e com quem tenho que botar para quebrar em 2011. Já marcamos uma reunião para o início da segunda quinzena de janeiro para discutir calendário. O cara vai assustar com meus planos. Mas a proposta para 2011 é muito mais em conta se usarmos a fórmula de dividir o custo pelos quilometros percorridos.
 
Na chegada com Maria José, ultramaratonista, amizade forte construída nas pistas das maratonas do Brasil e do mundo e Pinguim.
Esmeralda, eu e meu amigo Felipe Beluga, sobrinho do Wu, Baleia que tem a Equipe até no apelido. Esse também vibra conosco para minha satisfação.
No final mais um encontro com os Focas, afinal estamos na terra deles.
Na saída da av. Paulista encontramos com dois corredores equatorianos. Depois da Maratona de Quito, onde fomos muito bem recebidos e aproveitamos muito o passeio, quando encontro um corredor equatoriano, encontro um amigo. Eu gravei no telefone celular o nome dos amigos para registro aqui no blog, porém, o telefone não resistiu a uma entradinha no mar ao som de Codinome Beija-flor de Cazuza e nunca mais ligou.
Mas há chance de que o contato não tenha se perdido uma vez que a equipe de apoio dos corredores recebeu o meu cartão de maratonista.

Mais uma grande festa na São Silvestre. Valeu demais e no ano que vem, se assim o bom Deus permitir, estaremos novamente presentes, a partir do almoço da Mayumi.

Terminada a festa me despedi do meu grande amigo Ênio Akio e fui me aprontar para ir à casa de Ivana Correia passar o ano na companhia de sua família, da família de Elis Maratonista, do casal Daniela Kato e Vinícius e ainda Myrta Doldan. Havia melhor lugar para eu passar o ano? Não creio, mesmo porque, a única hipótese outra seria fantosiosa demais e, na verdade, impossível, pelo menos nesse momento.

Daniela Kato e Ivana Correia passaram toda a festa com a medalha Baleias. Foi sensacional.



Fizemos planos, falamos de corrida, conheci Robson, marido de Elis, que assumiu o compromisso de fazer uma meia maratona esse ano. Vou torcer e tentar que seja em Assunção. 

E como eu disse o ano se recusou a acabar. Pela manhã, perto de 8 horas alguém decretou que era hora de dar por encerrado 2010. Eu já havia transferido a responsabilidade pelo decreto de encerramento da festa há tempos. Por mim, quem me conhece sabe, eu não sairia dali nunca mais.

Essa São Silvestre foi mais uma vez sensacional. Agradeço a todos os amigos pela festa Baleias e  especialmente a Ivana, Fábio e Cláudio Dundes pela amizade, pelo carinho demonstrado com a ideia e criação de Esmeralda e pela gentileza de abrirem sua casa para mim e outros amigos.

Ano que vem tem mais e durante todo o ano tem mais festa Baleias, em várias distâncias e em vários locais.

Abraço a todos. Miguel Delgado.