Caros amigos,
Ênio Akio Yuhara, nosso Baleia de São Paulo brilhou mais uma vez e proporcionou junto com Cláudio e Alex Dundes(s) um agradável encontro dos blogs Baleias e Ex-Sedentários, blogs que já nasceram amigos pelas diversas proximidades que experimentam.
Ênio brilhou também na qualidade do relato, rico em informações históricas, porque Baleias também é cultura, como já foi várias vezes citado nesse espaço.
Segue o relato do amigo Ênio, orgulho da Equipe Baleias!
Sábado, 03 de julho, São Paulo amanhece com uma forte
neblina capaz de interromper o tráfego aéreo e causar um pequeno caos em nossos
aeroportos.
Mesmo com essa neblina, pego o meu carro e sigo vagarosamente pela
Rodovia Anchieta (SP-150). No Riacho Grande, bairro de São Bernardo do Campo,
sigo pela Rodovia Caminho do Mar (SP-148) até o km 42 (número mágico ...rsss)
onde está situado o portal do Parque Estadual Serra do Mar e ponto de encontro
dos corredores que irão pegar um ônibus até Cubatão, o local da largada
Já acomodado no ônibus, eis que aparecem o Cláudio e o
Alex (Alecão), do blog Ex-Sedentário, reconheci o Cláudio pelas fotos do blog deles, nos
apresentamos e conversamos um pouco, até que o ônibus partiu.
Em Cubatão, o tempo mudou radicalmente (para melhor), céu
claro e temperatura agradabilíssima para uma “corridinha montanha acima”.
Retiramos o kit da corrida e enquanto aguardávamos a largada, conversamos a
respeito de corridas (assim como o nosso manager Miguel Delgado, já coloquei uma
semente na cabeça do Cláudio incentivando-o a participar de uma maratona),
encontramos alguns amigos corredores e tiramos algumas fotos para ilustrar o
evento.
O trajeto do 5º Desafio da Mata Atlântica é pela antiga
Estrada Velha de Santos, palco que serviu de inspiração para a música da dupla:
Roberto e Erasmo Carlos – “As curvas da estrada de Santos”, são
7,5 km
de subida ininterruuuuuupta.
Ao longo do percurso vamos encontrando alguns pontos turísticos naturais e históricos:
Primeiramente temos a mata atlântica, exuberante e
riquíssima em biodiversidade e, também, várias quedas d’água, que devido ao
período de estiagem que assolou a capital, estavam com a vazão
pequena.
Em termos históricos, a Estrada Velha de Santos foi
construída em 1917, sendo a primeira via com pavimentação de concreto da América
do Sul, permitindo o tráfego de carros e caminhões entre São Paulo e Santos.
Essa pavimentação cobriu a antiga via chamada “Estrada da Maioridade” (1846),
nome em homenagem à emancipação de D. Pedro II. Outros pontos:
Padrão do Lorena, um dos pontos de
intersecção da Estrada Velha de Santos com a Calçada do Lorena, construído em
1922, o nome é em homenagem a Bernardo José Maria de Lorena, governador da
província de São Paulo. Seu arco forma um abrigo para os viajantes e os azulejos
retratam os tropeiros e mulas transportando mercadorias no séc.
XVIII.
Rancho da Maioridade, também construído
em 1922, serviu como ponto de descanso e reabastecimento para os viajantes que
percorriam o trajeto São Paulo-Santos. Assim como a “Estrada da Maioridade”
(1846), o nome é em homenagem à emancipação de D. Pedro II.
Calçada do Lorena, construída em 1792,
com pavimentação de pedras, foi uma das primeiras estradas a ligar a capital com
o litoral paulista, sendo a primeira a permitir o transporte de mercadorias
através de mulas. Foi nela que D. Pedro subiu a serra e nas margens do rio
Ipiranga proclamou a Independência do Brasil.
Usina Hidrelétrica Henry Borden, (casa
de válvulas) construída, na década de 20, para suprir a carência de energia
elétrica do Estado de São Paulo. E até os anos 50, contribuiu com até 90% de
toda energia elétrica produzida no Estado.
Pouso Paranapiacaba, a palavra
paranapiacaba vem do tupi, e significa: PARANÁ = mar + APIAC = ver + CABA=lugar,
portanto, “lugar onde se vê o mar”, foi construído em 1922, em homenagem ao
centenário da Independência do Brasil. Sua arquitetura proporciona espaços para
os viajantes apreciarem as paisagens da serra do mar, como, por exemplo, amplos
terraços para os dias ensolarados e quentes e salões fechados, com lareira, para
dias frios e nublados. O local era usado pelos viajantes para prepararem seus
carros para a descida até o litoral, ou para, descansarem após a subida da
serra.
O Desafio da Mata Atlântica é, realmente, uma corrida com
um dos cenários mais belos que participei. Em compensação, também é uma das mais
difíceis que percorri.
Tirar fotos dos pontos turísticos foi um belo pretexto
para dar uma descansadinha. O percurso tem várias curvas fechadas e que gerava
dúvidas em qual caminho tomar: “tangenciar as curvas e encurtar a distância” (as
curvas no ponto de tangência tinham inclinações maiores) ou “abrir as curvas e
aumentar a distância” (aumentar a distância significa aumentar o número de
passadas, mas o grau de inclinação da pista é menor).
Escolhi a primeira opção,
mas nas curvas mais acentuadas, eu caminhava. E assim eu fui até a chegada.
A
organização foi excelente, largada no horário estabelecido, vários postos de
hidratação, staff’s ao longo do trajeto com sacos de lixo para jogar os copos
(lamentável que alguns corredores jogaram copos no mato – mesmo com a orientação
dos organizadores para que os atletas evitassem tal prática), medalha e camiseta
bonitas e chocolate quente antes de ir embora.
Aguardei a chegada do Claudio e do Alex, tiramos mais
fotos comemorando a chegada e antes de pegar uma van (que nos levaria até o
estacionamento) brindamos o final da corrida com chocolate quente.
Ano que vem tem mais!!!
Ênio Akio Yuhara
(NB - Acabamos não encontrando com o Manequinho Correia, do blog do Manequinho, gordinho, blogueiro, corredor e, claro, amigo Baleias e Ex-Sedentário, por falta de combinação anterior. Esmeraremo-nos para que tal falta não ocorra novamente, visto que com os amigos não há outra opção senão encontrar sempre que possível.)
Agradeço muito ao Ênio, espécie Baleias da melhor qualidade, em preencher de forma especial e brilhante esse nosso singelo espaço.
Enquanto isso na Sede Mundial Miguel Delgado e Wu Arantes se preparam para seguir para Quito, capital do Equador, onde farão um treino longo de 42 kms em altitude para a Maratona do Rio de Janeiro onde Wu pretende entrar para o ranking da Contra-Relógio e eu preciso vencer Ricardo Hoffmann.
Quem sobreviver, verá!
Abraço a todos, especialmente aos amigos Dundes e Ex-sedentários que proporcionaram uma amostra dos futuros encontros dessas duas equipes e ao amigo Manequinho Correia.
Miguel Delgado.
5 comentários:
Miguel e Enio,
Próximo ano as inscrições dessa prova se esgotarão logo no primeiro dia. Magnifico o relato/artigo do Enio. Magnifica a interação e amizade já sedimentada.
Realmente. Foi um enorme prazer. Um grande abraço do amigo Claudio Dundes.
Belo relato do Ênio! Além de ótimos corredores, a equipe está fazendo escola no quesito narradores. Aguardamos a estréia do Ivo nesse quesito por aqui. Quanto a disputa no RJ, esse treino em altitude é golpe baixo, vai voar na planície. Desde já solicito revanche. Boa prova em Quito.
Meus caro Baleias!!!
Parabéns por mais esse desafio!!! Soube que estava difícil, afinal foi uma subida e tanto!
Paisagem espetacular, hein!
Ano que vem estarei por lá!
Abração!
Miguel,
fiquei impressionado com a coleção outono-inverno do guarda-roupa baleias. Qto uniforme personalizado! Daqui a pouco vcs vão ter um para cada corrida!
Parabéns ao Enio pela conclusão de uma prova super difícil e pelo ótimo relato cultural!
Sucesso pra vcs em Quito e depois no RJ!
Abs,
Shigueo
Miguel, sempre nos inspirando e nos incentivando com palavras de bons corredores, al'em de uma boa pitada de cultura. Grande abraco, Marluce
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