Em satisfação inenarrável trazemos para o mundo das corridas, que também é o mundo Baleias, o relato de uma grande amiga da equipe sobre a famosa, mítica, encantadora, desafiante, ultramaratona COMRADES sempre em maio na Africa do Sul. Veja Jacqueline chegando muito bem na prova, depois de 10 horas e 00 minutos.
Jacqueline Barbosa do Rêgo, corredora pernambucana, ultramaratonista guerreira que determinou poeira em todos os Baleias em Santiago/2010 e que foi sucesso nas páginas da Contra-Relógio de novembro de 2009, quando narrou toda a alegria de ter sido mais rápida na segunda maratona com apenas uma semana de intervalo - Berlim e Gussing (Austria), traz sua experiência na ultramaratona Comrades onde comprovou que a distância e a ultradistância é apenas uma decisão pessoal e ainda definiu para todos nós corredores normais que correr ou não correr, completar ou não completar, são decisões circunstanciais e que a meta está lá para ser batida.
Jacqueline em Gussing-Austria, onde correu, sambou, dançou e foi mais rápida do que na sonhada maratona de Berlim uma semana antes.
Depois que dois dos Baleias (Miguel e Wu) decidiram correr em 2011 a ultramaratona mais famosa do mundo o tema será recorrente no blog Baleiais, mesmo porque os aspirantes a comradeiros têm que se convecer de que tal decisão está ao alcance. Estamos trabalhando no convite também a Enio Akio Yuhara.
Obrigatório deixar registrado que Aline, nossa maratonista que inspirou Anette Dowlling em sua obra está preparada para a jornada Comradeira no que diz respeito a quilômetros ficando a outra parte aguardando fatores supervenientes.
O relato a seguir serve para demostrar que os quilômetros estão aí para serem vencidos. Não importa se homens ou mulheres, os 21 km, os 42 km, os ultra kms e a COMRADES são para todos os que definirem essa prova como meta.
Jacqueline também acha isso!!
"Amigos e amigas baleias e amigos e amigas da equipe baleias
É um prazer compartilhar com vocês minha experiência na COMRADES 2010!!
Eu me inscrevi por influência do meu amigo Paulo Picanha que participou da COMRADES 2009.
Meus amigos pernambucanos, Paulo Picanha, Júlio, Juliana, Lula e Baggeti, também se inscreveram.
Paulo Picanha se submeteu a uma cirurgia no joelho e "abortou" o projeto.
Meus amigos correm bem mais que eu. Eles começaram a treinar em dezembro.
Eu, que tava me recuperando de uma lesão (fasciite plantar brava) e, verdade seja dita, não tenho tanta disponibilidade para fazer renúncias, deixei pra encarar os treinos pesados depois do maravilhoso carnaval de Olinda -2010. (NB- Essa corredora tem um jeito Baleias).
Na semana que antecedeu a viagem, bateu uma ansiedade danada...
Lula (nosso líder) mandou um e-mail para o grupo dizendo que íamos viajar para realizar nosso sonho, afirmando que o grupo estava preparado, que tinha encarado uma planilha de treinos pesada, com mais de 40 km e tal...
Eu gelei... Perdi até o sono.
Meu volume de treinos foi bem inferior ao dos meus amigos.
Depois disse pra mim mesma: é encarar o bicho e pronto.
Ficamos em um hotel perto da chegada da corrida e da feira da maratona.
Chegamos na 6ªf., mortos de cansados, e fomos direto para a feira da corrida pegar o kit. Já senti um bom astral das pessoas. No sábado voltamos à feira pela manhã, almoçamos no hotel e tentamos, em vão, dormir. Era impossível para todos.
O café da manhã foi servido à 01:30h (madrugada) e teríamos que estar às 2:30h no ponto de ônibus para ir à cidade da largada. Uma viagem de mais ou menos duas horas e meia.
Detalhe: a diferença de fuso horário é de 5 horas a mais lá.
No local da largada tava um frio de lascar (5ºC). Lá havia café e chá para os corredores. Partimos para as nossas respectivas baias. Juliana e Baggetti na baia “C” e eu, Júlio e Lula na baia “D”.
Após o canto do galo e do tiro, às 05:30h, começou a contagem do relógio. Após alguns minutos caminhando é que conseguimos pisar no tapete inicial. Mas, o relógio já estava marcando pra nós.
O tempo lá é bruto, o desafio também!
.
Meus amigos logo tomaram a dianteira e eu “me recolhi a minha insignificância e fiquei no meu passinho”.
Eu, sinceramente, não esperava o que estava por vir...
Foi uma agradável surpresa!
Estava escuro ainda e já se viam pessoas na beira da pista, esperando para saudar os corredores. Com alguns poucos minutos já havia uma subida. Logo o corpo foi aquecendo e pude descartar o casaco. Passamos por fazendas, plantações de cana e muitas paisagens lindas.
A organização da corrida foi impecável, com pontos regulares de banheiros, abastecimento e de animação.
Não faltou nada. Tinha bastante comida: batata inglesa cozida com sal (para melhor absorção do carboidrato), banana, laranja, bolos, chocolates, biscoitos, coca-cola, energético, água.
As pessoas nas ruas também nos ofereciam comida, água, frutas. Muitos fizeram churrasco na frente de suas casas e nas margens das pistas.
Na verdade, os pontos de animação da corrida misturavam-se com os espectadores que nos aplaudiam e gritavam palavras de ânimo e de admiração. A acolhida foi tão calorosa que me senti “a corredora” e não mais uma corredora.
Muitas crianças e adultos usando camisas e casacos do Brasil. Quando nos avistavam com camisa do Brasil era uma festa. Falaram comigo sobre a escalação do Brasil, sobre os jogadores e tal. Eles sabiam muito mais que eu. Alguns me perguntaram porque Ronaldinho não estava jogando e coisas desse tipo.
Num dos pontos de animação estava tocando música de Jorge Benjor. Fantástico. Eu enlouqueci......
A essa altura estava correndo com um sul- africano que participava pela segunda vez. Lógico que eu parei pra dançar e gritava: “brazilian music”. As pessoas vibraram e eu, nem se fale. Fui seguindo, contagiada pela festa dos sul africanos.
Veio na minha cabeça o valioso conselho do amigo paulista que conheci lá e que estava participando da COMARDES pela segunda vez, Alberto Peixoto: “mesmo estando bem, ande nas subidas, se poupe! Você vai precisar mais tarde!”.
Conversei com vários corredores ao longo do percurso. O mesmo conselho que Alberto havia me dado, ouvi de outros corredores. Segui a dica dos mais experientes. Nas subidas, corria um pedaço e andava outro
Interessante é que no número das costas de cada corredor constava o número de COMRADES que havia participado. Fiquei impressionadíssima com a quantidade de pessoas que haviam corrido 14, 8, 6 vezes.
Os iniciantes eram poucos. Notei também muitas pessoas com mais de 50 anos participando.
A todo momento quando visualizava uma placa “Cut-off sei que lá.....”, eu pensava: “uma ova que vão me tirar daqui, eu vou conseguir chegar dentro das 12 nem que dê a gota serena” rsrs e tome correr...
A certa altura olhei o relógio e vi que dava pra chegar antes das 12 horas. Senti-me bastante animada e fui seguindo com meus passinhos curtos. Mais adiante, percebi que daria para chegar em menos de 11 horas.
Quando faltavam 10 km percebi que se conseguisse me manter no ritmo, conseguiria chegar em 10 horas.
Consegui!!! Cheguei em 10:00:53h!!
Não dá pra descrever com palavras o sentimento de satisfação, superação, felicidade, enfim: orgulho de mim mesma!! É espetacular!!
Ainda bem que sou metida. Na verdade, enxerida mesmo... Caso contrário não teria experimentado tamanha felicidade
Alguém nos disse na feira da maratona que a COMRADES tem uma magia que faz com que você consiga completar a prova”.
Eu acredito que isso é verdade e tem nome: a alegria e o entusiasmo dos sul-africanos ao longo de todo o percurso.
O conselho que eu dou a quem gosta, como eu, de longa distâncias: Atreva-se!! É possível!!
Treine ladeiras – subidas e descidas, durma bem, se alimente com qualidade e, sobretudo, tenha humildade e acredite em você!! vale muito a pena!! Não é fácil, mas se assim fosse, não teria esse gostinho!!!
Abraço a todos os leitores do blog Baleias.
Jacqueline Barbosa do Rêgo, Jacque.
Comradeira arretada, da Acorja de Pernambuco.
.*.*.*.*.*.
Caros amigos essa moça é um exemplo para nós Baleias e para o mundo dos corredores e corredoras. Se 5 km é difícil, se 10 km é difícil, se meia maratona é difícil, se 42.195 é difícil, se ultramaratona é difícil e se Comrades é difícil, tudo é possível.
Jacqueline se preparou nas melhores provas do mundo. Acima cruzando a linha de chegada na Maratona de Nova York 2009.
O blog Baleias fica muito satisfeito por trazer esse relato, de ter tal depoimento em seus arquivos históricos, vislumbrando animar sempre o mundo blog que corre, e nessa oportunidade, de carona na força da Jacqueline homenagear o mundo feminino dos blogs de corridas, a guerreira katryny no Espírito Santo, que se prepara para a maratona do Rio, a mais doce e simpática Daniela Bietkoski em Curitiba que já andou falando do sonho da Comrades (é assim mesmo que começa), a atenciosa Bruna de Cuiabá, que estreiará nos 21 km também no Rio, a exigente Priscila Ponce que também gosta das maratonas, a misteriosa Dona D, a iniciante Ana Shibata, a poderosa Mayumi e a amadora Carla Terra, todas em São Paulo, a estudiosa do idioma de Shakespeare Marluce Fagotti, a ultra Elis de Barueri que também chegará na Comrades, nossas amigas do coração Sthépanie Perone, que nem precisa de incentivo para correr e vencer e Myla Crazy Vitacchi, de Paulínea, mas também de Minas, a sumida dos Baleias Paty Gomes de BH, a ultragaucha Sabine Breton, a conterrânea de Jacqueline, Vanessa Torres, e tantas outras cujo contato Baleias ainda não ocorreu mas que merecem igualmente a homenagem, todas essas corredoras que atrás de bons kms são exemplos para todos os corredores, mas principalmente para as mulheres que querem iniciar nas corridas pelos mais diversos motivos.
Claro que não posso deixar de fora nessa homenagem nossas corredoras Baleias, Patrícia, Antônia, Andreia, Elisa, Simone, Zilda, que já cumpriu o primeiro km e ainda nossas maratonistas Baleias Aline e Lia e a novidade que vem por ai, Lana Gomes, que estreiará na bela distância no Rio de Janeiro em 18 de julho e que estabeleceu o primeiro contato no sentido de vir para a Equipe Baleias. Já a sinto como nossa.
Com esse depoimento sentimos, mais uma vez, o que já sabemos! A corrida proporciona desafios muito bons e divertidos de cumprir. Qualquer meta serve para nos deixar mais alegres e determinados.
Com Jacqueline Barbosa do Rêgo, que deu essa "canja" ao blog Baleias, seguimos para afirmar com a força do coração Baleias que os quilômetros não têm qualquer distinção, têm Alma.
Feliz da vida, de novo, despeço! Miguel Delgado.
16 comentários:
Olá Miguel,sou Juliana Job da foto acima,amiga de Jacqueline,achei muito legal a matéria do seu blog...tenho também acompanhado a sua empolgação em relação a Comrades,é realmente de arrepiar,indescritível,o melhor de tudo é que para realizá-la basta uma paixão imensa pela corrida,que todos nós temos,juntando a isso,treino e disciplina,assim, qualquer corredor pode viver por inteiro esse sonho.Senti-me lisonjeada ao vê minha foto no seu blog,fico ainda mais feliz quando sei que a corrida além de tantas outras coisas nos permite conhecer tantas pessoas de lugares,raças,culturas diferentes...une!Isso é muito bom.Saudações cearenses e pernambucanas,Ju Job.
Tive a satisfação de ficar hospedada no mesmo hotel em Santiago do Chile, por ocasião da maratona em abril, e assim conhecer essa pernambucana arretada de danada.
Parabéns pela garra Jaqueline.
Pelo seu relato pude prever que você será uma das que terão o número, 2, 3, 4.... nas costas nas próximas Comrades.
bj e sucesso sempre nas suas conquistas.
Lia
ai, miguel! amei esse post! de arrepiar!
e essa sua frase no final disse tudo:
"os quilômetros não têm qualquer distinção, têm Alma"
por isso que nós corredores, independente da distância, parecemos perseguir o mesmo sonho... estamos sempre querendo melhorar um tantinho aqui no tempo, outro tantinho ali na distância... e alguns, bem gulosos, rsrsrs, querem muito de tudo isso! (euzinha, por exemplo, rsrsrs)
estava precisando desse relato da jaqueline para temperar meus treinos!!!
obrigada, miguel, por partilhar conosco esse relato precioso!
Eita que esse mineiro é mesmo rochedo!! Obrigada Miguel e demais companheiros baleias, pelo carinho e pelas palavras amáveis!!! Sinto-me lisonjeada! Um forte abraço!!
Nos veremos no Rio de Janeiro !! E, com certeza, na COMRADES 2012!!
Jacque
Eu tenho um pedido para fazer ao Presidente da equipe, mas o farei por e-mail, porque comentar algo que fuja ao tema do post seria uma heresia.
Pelo post. Bela homenagem as mulheres corredoras. Elas são inspiração de perservança para nós.
Oi Miguel, que belo relato da Jaque e muito emocionante. Fiquei muito mais empolgada pra um dia poder participar da Comrades. Linda tb a homenagem que vc fez a nós mulheres, corredoras e blogueiras...fiquei emocionada com a descrição que vc fez de mim.
Bjos,
Dani
Oi Miguel!
Que trajetória M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A! Será que um dia chego lá?? rs É assim que começa, né? Se perguntando e tentando, testando, melhorando... Parabéns à Jacqueline e à vc pelo lindo texto. Obrigada pelas belas palavras e digo o mesmo: atencioso e amigo Miguel e amigos Baleia corredores de rua. Abraços e vamos ao Rio! Tá chegando!!
Realmente é muito bom ver que essa equipe que acompanho e que me cativou com o alto astral e o companheirismo, tem ido tão longe. Conquistas tão grandiosa como essas devem estar em primeira página de jornal. Sabemos o quanto é dificil cada km para um corredor a partir de uma certa km. Mas, posso ter certeza de que o pessoal dos baleias tem " bala na agúia!" como dizemos lá em minas. Gente persistente, sonhadora e pra lá de competente. PARABÉNS A MULHERADA QUE FAZ PARTE DESSA EQUIPE!!!
são mais que merecedoras de elogios e admiração.
beijo a todos os amigos baleias
Belíssimo texto sobre a Jaqueline.
Fiquei mega feliz pela homenagem as mulheres corredoras.
Já me sinto uma COMRADEIRA.
Você tem o dom de nos fazer acreditar que podemos ir a Lua correndo. E como tenho juízo fraco e pernas fortes já sonho com esse desafio.
Abraço. Lana.
Concordo com minha amiga Lana! É impossível não contagiar-se com a empolgação (e a determinação) do Miguel!! :D
A propósito do 'post feminino'... parabéns, estou começando a me orgulhar de vc!! (se é que vc me entende... hahaha!!!)
Abçs \o/
É realmente um enorme perigo andar (ou correr...rsrs) na companhia destas(es) bravas(os) guerreiras(os). Corremos o risco de nos contagiar com tamanha animação e alegria e perder o juízo, como disse a Lana, e começar a sonhar com desafios como este. Mas creio que não preciso me preocupar pois não tenho como ela pernas tão fortes. A maratona realmente será o meu limite.
Sobre a façanha desta heroína, Jacqueline e os demais amigos, é de arrepiar, o seu relato faz com que tenhamos um gostoso frio na barriga de emoção. Acho que já faço parte destes que têm a corrida como mais um dos motivos para viver e viver bem. Parabéns, tanto à Jacqueline, quanto ao meu amigo e mestre Miguel, ela pela façanha e pelo relato e ao nosso Baleia Mor pela sensibilidade em homenagear todas as mulheres corredoras.
Para finalizar gostaria de citar minha experiência participando de competições de longa distancia com mulheres em Enduro Eqüestre, onde em sua grande maioria os primeiros lugares são alcançados por mulheres. Penso que é simples entender o motivo, elas são muito mais sensíveis que a maioria dos homens e portanto, sabem lidar melhor com grandes desafios que dependem de persistência e estratégia.
Um abraço a todas(os), sendo que algumas(uns) espero conhecer em breve no Rio.
Carlos Henrique.
Belíssimo relato da conterrânea. Sempre vejo Lula e Cia correndo. A jaqueline entretanto é figura rara. Atribuo a sua performance à genética. Só pode ser isso!
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