Querido Universo Baleias!
O final de semana da Maratona de Buenos Aires foi marcado pela apreensão com o acidente sofrido por Paulo Ricardo Lins, o Paulo Picanha, maratonista da Acorja de Recife e grande amigo Baleias. Paulo foi atropelado em Orlando-EUA, onde estava de passagem para a Maratona de Chicago, e se machucou muito com danos nas pernas e bacia. Enfrentadas três cirurgias até o momento Paulo já passou pela pior fase e agora é aguardar o ritmo da recuperação.
Como todos os que conhecem Paulo Picanha sabem, ele é guerreiro e por isso esperamos que a imagem da chegada de Paulo nas maratonas (acima foi
Punta del Este), logo,logo se repita.
Caro amigo Paulo, a Equipe Baleias te ama!
O relato do final de semana não começa com uma foto no avião. É que eu e Wu viajamos separados, em dias e cias diferentes. Wu não toma a providência da foto e eu, sozinho, achei meio forte tirar a foto. Aliás, preciso dizer que viagem sozinho, para mim, não tá com nada.
Mas cheguei em Buenos Aires e fui direto me encontar com Wu, sua amada Zilda e a prima Celma, companhia de outras viagens pelo mundo, para irmos para a Feira da Maratona, onde é nosso lugar.
E lá encontramos
Yara Achôa, jornalista da Contra-Relógio, uma das mais simpáticas personagens desse mundo que corre. Nem preciso dizer do orgulho meu e de Wu de a termos como amiga. Yara veio em busca de sua maratona abaixo de 4 horas.
Encontramos também Aléssio, o sumido e irado maratonista Sergipano, Carlos Hideaki, a lenda viva das corridas e seu simpático amigo Eduardo que parece ter saído de uma lista de corredores de nossa Equipe.
Mas a maior surpresa foi encontrar
Ésio Cursino, o Maratonista Camarada. Ele disse que não viria, mas de repente, estava ele lá, na Expomaraton.
Embora surpreendentemente calado Ésio topou tirar uma foto para ajudar o blog.
Na saída resolvemos fazer uma foto produzida. Miguel e Wu entre a flor de aço que abre e fecha de acordo com o nascer do sol, e por isso sujeita-se às leis da natureza e a Faculdade de Direito, ao fundo, onde se busca aprender desde quando os homens criam suas próprias leis para tentar viver juntos. À faculdade de direito devemos nossa amizade e as viagens para as maratonas.
Caminhando por Recoleta e parando para observar seu Centro Cultural a japona Baleias possibilitou nosso reconhecimento por Paulo Tosta, corredor da Acorja de Recife, que estava acompanhado de sua simpática esposa Ana, também corredora.
Foi Paulo quem nos contou sobre o acidente de Paulo Picanha. Resolvi ligar diretamente para o celular de Paulo Picanha porque talvez alguém atendesse e pudesse dar uma informação recente. E deu certo. O sobrinho de Helena atendeu e disse que Paulo estava naquela hora na sala de cirurgia operando pernas e bacia. Fiquei de retornar no dia seguinte para buscar informações atualizadas.
Jantamos na sexta-feira no restaurante Clark´s de Recoleta, Plaza Francia. Baleias chique demais!! Juntou-se a nós Ariane, em primeiro plano, maratonista de Belo Horizonte que havia chegado no final da tarde a Buenos Aires. Completam a foto, ao fundo, Zilda de branco e Celma de preto.
À noite, acessando o computador, recebi a comunicação do acidente de Paulo Picanha através de
Gilmar Faria, da Acorja e de
Ésio Cursino, amigos a quem agradeço a lembrança de nos avisarem dos problemas enfrentados pelo amigo comum em Orlando.
No dia seguinte fizemos um tour pelo percurso da maratona proporcionado pela organização da prova. Uma bela ideia e um belo passeio. O único pesar é que a guia, embora de uma simpatia impar, sabia pouco de Buenos Aires e deixou de nos indicar os pontos interessantes.
A foto dentro do ônibus é o único registro que temos de Rita Ferreira, amiga de
Mayumi, e sua simpática filha Carol, que nesse dia andou conosco por Buenos Aires. Depois não nos encontramos mais, infelizmente. As duas estão no banco em frente a Wu e Zilda.
No mesmo ônibus encontramos com
Júlio Baldi, maratonista gremista e seu amigo. Júlio estava fora da prova por ter tomado um tombo e se machucado.
No tour, ao descer em La Bombonera, encontrei Washington de Belo Horizonte, que estava no mesmo ônibus e me perguntou se eu conhecia seu amigo Rogério Godinho, ninguém menos que o primo que me levou para o mundo das corridas. Claro que o momento merecia um registro.
Em outro momento de parada no tour um registro com os amigos venezuelanos e peruanos.
E na volta à Expomaraton o encontro com Myrta Doldan nossa celebrada organizadora da
Maratona de Assunção, um sonho de prova e Marcelo, ambos diretores do
Paraguay Marathon Club. A data da Maratona de Assunção ficou para 07 de agosto de 2011 e estaremos lá.
E o casal passeia em Buenos Aires, na rua Florida.
Encerrado o dia pegamos o metrô, o "Subte" para Los Hermanos, a caminho de casa. Para nossa sorte nossos endereços, o hotel de Wu e família e a casa de minha irmã, eram na mesma linha D, com apenas duas estações de diferença.
Encerrado o dia viriam agora os preparativos para a prova da manhã seguinte. Encontrei numa loja de um boliviano um "papaya" a 12 pesos (seis reais). Comprei, pois dentro do quadro, não seria o mamão a me quebrar e seria fundamental para uma boa prova.
Amanhecido o dia, Wu e Tinil que chegara somente na noite de sábado e estava no mesmo hotel de Wu, fizeram a foto do "antes" e foram para a largada. Eu parti do bairro Colegiales.
Na largada fizemos a foto que inicia esse texto. Um cartaz para lembrar a Paulo Picanha que estávamos com o pensamento firme em sua recuperação. Nosso amigo Walter, que chega sempre nas provas no sábado à noite e volta domingo à tarde estava lá conosco.
Decidi levar as folhas que escrevera para Paulo Picanha comigo até a chegada. Era mais uma forma de nossa humilde homenagem ao grande amigo maratonista.
Na largada encontramos também com
Aline, nossa primeira maratonista Baleias. Mas a foto foi feita com a máquina de seu amigo e a colega nada enviou para a redação do blog até o fechamento dessa edição.
Mas para surpresa geral da nação, ainda na largada, antes do primeiro quilômetro, eis que surge Marcus Viana, o
Pinguim, dizendo da alegria em mais uma maratona sul-americana e clicando vorazmente com sua máquina.
Eduardo, Miguel e Aline nos quilômetros iniciais da Maratona de Buenos Aires.
A prova foi maravilhosa, é o mínimo que posso dizer. O sol me fez temer
um pouco o início, mas no km 7 larguei a prudência de lado e resolvi
correr mais forte assumindo o risco de perder as forças antes do
término. Com isso deixei Aline na companhia de uma maratonista de BH em
sua primeira prova e fui embora.
No perto do km 10 vejo
Guilherme Maio. Surpresa, tendo em vista o histórico.

Corri tentando não deixar o GPS entrar no 7 km/m e consegui. Nos momentos que chegava, apertava e regularizava. A foto acima me foi enviada pela organização da prova. Mandaram 4. Tem coisa melhor?
No percurso muita música de qualidade, Carly Simon, MPB, música baiana, muito tango, com dança, inclusive, tinha hip hop e até Michael Jackson fazia suas firulas por lá. E água, fruta, isotônico, banheiro, tudo com fartura e tranquilidade. Tinil não gostou do percurso que faz muita curva, vira muito. Eu, ao contrário, gosto é desse tipo. Não sou fã das longas avenidas de vai e volta.
Passamos em todos os pontos turísticos da cidade, penso eu, Porto Madero, Plaza Mayo, La Boca, La Bombonera, Monumental Nuñez e não me recordo de um motorista irritado reclamando da prova. Um show de Los Hermanos.
Tinil chega com o formidável tempo de 3h05m, clicado pelas ágeis lentes de Zilda. Eu, Miguel Delgado, cheguei em 4h.15m, meu melhor tempo no ano de 2010, 2009, 2008 e 2007. É o meu terceiro melhor tempo nas 22 maratonas que tenho.
Wu também chega satisfeito por mais uma maratona mas reclamando que após o km 30 as dores chegaram. Terminou em 4h39m. Os nossos tempos informados são líquidos.
Na chegada com Aléssio e Zilda e as folhas para Paulo Picanha que conduzi pelos 42.195 metros em homenagem ao amigo.
Eu digo a todos. Gostei tanto da prova que é fácil acatar a ideia de retornar o ano que vem. Espero que façam no ano que vem camisa com mangas e aí tudo estará mesmo perfeito.
E nossa amiga
Yara Achôa alcançou seu objetivo com louvor cruzando a linha em 3h53m45s. No blog dela certamente o nosso amigo leitor encontrará um relato pleno de emoção.
Aguardei Aline chegar em 5h08, ainda devendo uma maratona sub 5, como eu devo uma sub 4.
Uma foto com amigos de Juiz de Fora que conheci no percurso.
E no destaque Neuza Marsicano, educadora e maratonista de Juiz de Fora que foi diretora da Escola Estadual em que me formei no primário, à época Grupo Escolar Duque de Caxias. Não fomos contemporâneos na escola mas somos nas pistas. Obrigado Neuza pelos minutos de boas lembranças que tivemos juntos e não deixe de mandar a minha foto para D. Vera Müller, minha professora na 4ª série.
Wu e Tinil na foto do "depois".
E o passeio Baleias pós maratona por Recoleta, com as imponentes japonas.
Todo o carinho recebido de José e Júlio, nossos garçons no Clark´s em Buenos Aires. Dois dias de muita atenção e atendimento perfeito.Abastecimento e hidratação ok.
No final a despedida emocionante de Wu e Tinil. Se os óculos de Wu não quebraram é por que são de elástico.
Encerramos a noite felizes da vida por mais uma maratona perfeitamente corrida. Wu e família iriam logo cedo. Tinil na hora do almoço e eu somente na terça-feira cedo.
No dia seguinte, segunda-feira, feriado em Buenos Aires, saí em
companhia de minha estimada irmã Didice, assidua colaboradora do blog
Baleias, que em priscas eras me levava para assistir Tom e Jerry no Cine
Palace em Juiz de Fora, em sessão onde havia farta distribuição de
refrigerante e agora me levava para passeio na terra do Tango.
Na estação de trem de Buenos Aires, uma belíssima estação, o primeiro registro de um dia que seria rico em imagens.
Em La Boca reencontrei o casal de maratonistas Júlio, do México, e Maria Elisa do Peru que conhecera no tour da prova. Agora com mais tempos tivemos a oportunidade de conversar um pouco e nos disseram que se conheceram na
Maratona de Lima, onde três Baleias também correram, e agora viajam juntos correndo maratonas. Essa é uma história de amor que tem seu lugar no blog Baleias. Quem sabe ainda não os encontro novamente para contar aqui sobre essa parte emocionante das corridas e de suas vidas.
Júlio tem 179 maratonas e Elisa foi destaque nos jornais La Nacion e El Clarin, ambos de Buenos Aires, nas matérias sobre a prova. Taí uma parte de todo o amor que houver nessa vida!
Almoçamos em La Boca comendo bife de choriço, lomo, tomando uma Quilmes e ouvindo tango. Só não chorei de emoção porque estava alegre demais. Wu não conheceu La Boca. No ano que vem terei que levá-lo lá. É a cara dele!
Miguel Delgado, 22 maratonas e uma foto na histórica Plaza de Mayo. Como venho dizendo, falta uma unhazinha para a vida que pedi a Deus.
Diante da Casa Rosada. Cristina estava no Twitter e não pode me receber.
Outro destino de nosso passeio foi deixado para o ano que vem por conta da fila. Café Tortoni, tradicional em Buenos Aires. Incrivel como naquele feriado várias pessoas tiveram a mesma ideia.
Fiquei encantado com Buenos Aires, com a beleza da cidade, com a imensidão das avenidas, com o verde dos parques, com as estátuas e monumentos que eu adoro, com a quantidade de balas para vender, com o taxi barato e com os motoristas desses mesmos taxis que me monstraram os pontos turísticos da cidade.
Deixo para vocês uma prova de que os Argentinos tudo fizeram para tornar esse final de semana inesquecível. Até os Beatles estavam lá!
É pouco? John Lennon também estava lá com sua Plastic Ono Band.
Um final de semana marcado pela apreensão pelas notícias de Paulo Picanha. O amigo segue enfrentando sua peleja e deve ficar uns 30 dias internado nos EUA. O coração Baleias está com Paulo, Helena, Paulinho e Heloísa e junto também a todos os que gostam dele. Cada um da forma que souber fazer melhor deve torcer e rezar para uma recuperação de pleno êxito do amigo.
Uma bela prova, realizada por uma organização com claro desejo de acertar e fazer o melhor. Isso é o principal. Quando há carinho com o corredor algumas coisas são relevadas, porém na Maratona de Buenos Aires não houve essa necessidade.
Uma cidade muito bonita e muito acolhedora. Tá na lista do retorno.
Um grande abraço a todos.
Miguel Delgado.